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Violência no trânsito faz uma vítima por hora na Região Metropolitana de João Pessoa

Levantamento solicitado pelo Portal T5 revela reincidência de atendimentos hospitalares com motociclistas

Por Cristiano Sacramento Publicado em
Samu faz primeiros socorros a vítimas de acidentes.
Samu faz primeiros socorros a vítimas de acidentes. (Foto: Arquivo/Gilberto Firmino/PMJP)

O atendimento a vítimas de acidentes de trânsito tem aumentado no hospital que é referência nesse tipo de tratamento na Região Metropolitana de João Pessoa. Entre janeiro e setembro deste ano, 8.294 pessoas foram alvo da violência do trânsito e precisaram de assistência no Hospital de Emergência e Trauma Senador Humberto Lucena. Em média, um paciente é atendimento por hora. O levantamento solicitado pelo Portal T5 apresenta que as vítimas mais frequentes estão sobre motocicletas e representam 76% dos casos.

Nos últimos anos, a unidade de saúde precisou se preparar ainda mais para receber pessoas acidentadas. Em 2022, 10.508 pessoas deram entrada na unidade. Já em 2021, foram 9.603, aumento superior a 10%.

Motociclistas

Quando não há óbito, os acidentes de trânsito deixam enfermarias lotadas e UTI’s cheias. Em nove meses, 6.337 vítimas de acidentes com motocicletas foram atendidas no hospital localizado em João Pessoa.

Para Abimadabe Vieira, membro certificada pelo Observatório Nacional de Segurança Viária, a redução no incentivo para o uso de motocicletas pode fazer parte da solução. "Nós precisamos investir mais na questão da utilização da bicicleta, oferecendo até de forma gratuita para as pessoas se deslocarem de um ponto a outro", afirmou.

A especialista também cita questões relacionadas a estacionamentos, investimento em transporte público e infraestrutura viária.

"João Pessoa tem uma grande frota de veículos e isso traz muitos gargalos. Isso reflete em estresse, violência e acidentes. O transporte alternativo é uma boa iniciativa. Além de transporte coletivo seguro, com ar-condicionado, com segurança, cinto de segurança e dignidade, com todos os passageiros sentados. Desta forma, vamos fomentar a fluidez do trânsito".

Atropelamentos

A morte de Maria do Socorro Vieira, de 66 anos, chamou a atenção da população de João Pessoa. Ela foi atropelada por um carro na frente da Universidade Federal da Paraíba (UFPB). O acidente aconteceu no momento em que a vítima tentava atravessar a avenida a partir da calçada da instituição para o canteiro central da rodovia. A idosa não transitava na faixa de pedestres, que fica a poucos metros do local do atropelamento.

Para Abimadabe Vieira, a atenção é um elemento cada vez menos frequente entre os condutores. "De cada 100 condutores, sejam de carros ou motos, até 99% usam telefone celular principalmente para responder mensagens. Infelizmente, as pessoas têm usado exponencialmente o telefone ao dirigir", explicou ao Portal T5.

Custo de uma vítima

Uma pesquisa do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), sinalizou que o gasto médio unitário de um acidente com morte em rodovias no Brasil é de mais de R$ 566 mil. O custo é avaliado perante a perda de dois componentes: produtividade e danos a propriedade. No Trauma, em números gerais, o gasto médio por dia de internação na enfermaria é de R$ 1 mil. Já em leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI), o valor cresce vertiginosamente custando, em média, R$ 5 mil.

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