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Vídeo: atletas brasileiros fazem apelo para deixar Ucrânia

Fabinho, Derek e Maryson, do Metalist, pedem ajuda para sair do país

Por Carlos Rocha Publicado em
Bombardeio na Ucrânia preocupa atletas brasileiros que atuam no país
Bombardeio na Ucrânia preocupa atletas brasileiros que atuam no país (Foto: Reprodução/ Instagram)

Três jogadores de futebol brasileiros que atuam pelo Metalist 1925, clube que disputa o Campeonato da Ucrânia, divulgaram nesta quinta-feira (25) um vídeo em que pedem ajuda para deixar o país europeu. A cidade onde moram, Kharkiv, a 455 quilômetros da capital Kiev, registrou explosões horas depois de o presidente russo, Vladimir Putin, anunciar o início de uma operação militar em território ucraniano.

"Estou passando aqui para pedir ajuda, que vocês possam compartilhar esse vídeo e ele chegue às autoridades, para que possamos sair daqui o mais depressa possível e em segurança", disse o atacante Derek, de 24 anos, ex-Madureira-RJ, revelado nas categorias de base do Fluminense e que atua na Ucrânia desde a temporada 2019/2020.

"Estamos vivendo um momento crítico aqui no país, como todos sabem. Só queremos sair em segurança, até porque nossa família está preocupada com a gente e não temos notícia de nada", afirmou o meia Fabinho, de 25 anos, que chegou à liga da Ucrânia pela primeira vez em 2018 e voltou no ano passado, após duas temporadas na Letônia.

"Estou pedindo um apelo a vocês, para que o vídeo chegue às autoridades do Brasil e a gente possa sair em segurança o mais rápido possível, para estarmos perto das pessoas que amamos", completou o atacante Marylson, de 24 anos, contratado pelo Metalist em 2021, após defender o Figueirense.

O Campeonato Ucraniano foi interrompido nesta quinta-feira (24). Segundo comunicado da liga, a suspensão se deve "à imposição da lei marcial" no país. O torneio foi paralisado na 18ª rodada e tem como líder o Shakhtar Donetsk, onde atuam brasileiros que também se manifestaram solicitando apoio para deixar a Ucrânia, como o atacante Júnior Moraes (ex-Santos, naturalizado ucraniano) e o zagueiro Marlon (ex-Fluminense).

Segundo a Embaixada do Brasil em Kiev, cerca de 500 brasileiros moram na Ucrânia. Em nota divulgada nesta quinta, a instituição afirmou que tem renovado o cadastramento dos cidadão e os orientado por meio do site, da página de Facebook e em grupo do aplicativo de mensagens Telegram.

"Solicita-se aos cidadãos brasileiros em território ucraniano, em particular aos que se encontrem no leste do país e outras regiões em condições de conflito, que mantenham contato diário com a Embaixada. Caso necessitem de auxílio para deixar a Ucrânia, devem seguir as orientações da Embaixada e, no caso dos residentes no leste, deslocar-se para Kiev assim que as condições de segurança o permitam", diz o comunicado.

Em entrevista, o diplomata aposentado Pedro Luiz Rodrigues reforçou a importância dos brasileiros na Ucrânia manterem contato.

"É importante estabelecer contato para que a área consular da Embaixada saiba onde estão os brasileiros. E que [as pessoas] deem tempo à sociedade internacional, porque não é uma questão só de brasileiros. Há franceses, húngaros, tchecos, bolivianos, jogadores de futebol, cientistas, muita gente. Então, será buscada uma solução legal via ONU [Organização das Nações Unidas]. Não podemos esquecer que os instrumentos multilaterais, neste momento, são mais eficazes, vamos dizer, que ações bilaterais. Lógico que o Brasil fará tudo para tirar seus nacionais [da Ucrânia], mas devemos, e certamente estamos, atuando junto à ONU para se montarem esquemas multilaterais de proteção aos nacionais que estejam na área de conflito", destacou Rodrigues.

Além de Kharkiv e Kiev, ao menos outras duas cidades (Mariupol e Kramatorsk) registraram explosões nesta quinta-feira. O espaço aéreo do país foi fechado para aviação civil, sob justificativa de "elevado risco para a segurança" do setor, segundo o ministério ucraniano de Infraestruturas.



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