Sheyner Asfora comunica renúncia à defesa de Padre Egídio
A instituição estava sob a direção do sacerdote quando ocorreram os supostos desvios
O advogado Sheyner Asfora divulgou uma nota, na tarde desta terça-feira (21), o informando sua renúncia à defesa do padre Egídio de Carvalho Neto, envolvido no escândalo de desvio de recursos públicos destinados ao Hospital Padre Zé. A instituição estava sob a direção do sacerdote quando ocorreram os supostos desvios.
Sheyner alegou como motivo para sua decisão uma "incompatibilidade" com o estilo adotado pelos demais advogados que permanecerão na defesa do padre, os quais fazem parte de um escritório de advocacia sediado em Recife.
Confira a nota divulgada pelo advogado:
"Informo à imprensa que não mais patrocino a defesa do padre Egídio de Carvalho Neto, uma vez que renunciei os poderes que me foram outorgados por razões de incompatibilidade de estilo com relação à atuação adotada pelos colegas advogados que continuarão no patrocínio dos interesses do até então constituinte.
Assim, por questão de justiça e reconhecimento, registro, nesta oportunidade, o meu agradecimento ao padre Egídio pela confiança depositada em meu trabalho profissional que exerci com ética, boa técnica, zelo e dedicação, atributos esses que tenho honra e orgulho de serem os condutores da minha trajetória de mais de 20 anos de exercício da advocacia criminal.
Esclareço, ainda, que exerci o meu dever de comunicação desta minha decisão pessoalmente ao padre Egídio de Carvalho Neto e, por conseguinte, protocolei a petição de renúncia nos autos do processo que tramita perante o Poder Judiciário paraibano.
Dessa forma, em estrita observância ao Código de Ética e Disciplina da OAB, declaro que não mais irei me pronunciar sobre o presente caso objeto deste comunicado de renúncia."
O advogado ressaltou o exercício ético de seu dever e agradeceu ao padre Egídio pela confiança durante o período em que atuou em sua defesa. O comunicado encerra declarando a decisão de não mais se pronunciar sobre o caso, em conformidade com o Código de Ética e Disciplina da OAB.
O caso
Egídio de Carvalho Neto é suspeito de liderar um esquema criminoso que teria desviado R$ 140 milhões do Hospital Padre Zé e da Ação Social Arquidiocesana (ASA).
Segundo o Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado do Ministério Público da Paraíba (Gaeco/MPPB), os desvios ocorreram entre 2013 e setembro deste ano.
O desembargador Ricardo Vital de Almeida expediu mandado de prisão preventiva contra o padre Egídio de Carvalho devido à "possibilidade de ocorrerem novas fraudes".
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