Shein anuncia investimento de R$ 750 milhões para produzir roupas no Brasil
Segundo Haddad varejista aderiu a plano de conformidade da Receita Federal; medida deve gerar 100 mil empregos
A varejista asiática Shein anunciou na tarde desta quinta-feira (20), que vai começar a fabricar seus produtos de moda, beleza e acessórios no Brasil. A empresa vai investir "inicialmente" R$ 750 milhões nos próximos anos para estabelecer uma rede com milhares de fabricantes do setor têxtil no país.
O plano é até 2026 ter 85% dos produtos comercializados no Brasil vindo da fabricação local e apenas 20% sendo importado da China. A Shein pretende fazer parceria com 2 mil fabricantes no país o que deve gerar 100 mil empregos nos próximos três anos.
"Isto permitirá aos produtores locais gerenciar melhor os pedidos, reduzir o desperdício e diminuir o excesso de estoque, resultando em uma maior agilidade para responder à demanda do mercado. Além de beneficiar as comunidades locais, o onshoring (produção no mercado onde o bem será consumido) da manufatura também contribuirá para a competitividade geral da indústria têxtil com o potencial de aumentar as exportações", afirma a companhia chinesa em comunicado.
A companhia também anunciou abertura de um marketplace para vendedores locais. Em vez de comprar produtos diretamente da China, os consumidores poderão comprar produtos vendidos por outros brasileiros. Segundo a asiática, o modelo começou a ser testado no país em 2022.
Plano de Conformidade
Mais cedo, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, após reunião com representantes da empresa em São Paulo, afirmou que a plataforma de varejo chegou a um acordo com o governo para se adequar ao Programa de Conformidade Tributária da Receita Federal.
O acordo foi intermediado pelo presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Josué Gomes da Silva.
"Uma coisa pra nós muito importante é que eles vejam o Brasil não só apenas como um mercado consumidor, mas como uma economia de produção", disse Haddad.Segundo o ministro o plano de conformidade vai seguir o exemplo "dos países desenvolvidos".
"É o que se chama no exterior de digital tax, um imposto digital. Ou seja, quando o consumidor comprar, ele está desonerado de qualquer recolhimento de tributo. A tributação terá sido feita pela empresa sem repassar para o consumidor nenhum custo adicional", informou Haddad.
Atualmente, todos os produtos da marca própria da Shein são fabricados na China, em fábricas afiliadas, e exportados para os 150 países onde a empresa tem atuação.
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