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Sem vacina, crianças estão vulneráveis à Covid-19

Para o médico Daniel Beltrammi, até a autorização da Anvisa a recomendação é proteção.

Por Dennison Vasconcelos Publicado em
Em setembro, crianças voltaram às aulas presenciais em João Pessoa.
Em setembro, crianças voltaram às aulas presenciais em João Pessoa. (Foto: PMJP/Divulgação)

Trinta crianças e adolescentes de até 14 anos morreram por Covid-19 deste o início da pandemia na Paraíba. A maior parte desses óbitos ocorreu entre menores de um ano. Dados do Boletim Epidemiológico da Secretaria de Estado da Saúde (SES) mostram que 443 diagnósticos positivos da doença foram confirmados no estado. No Brasil, ainda não há previsão de vacinação para esse público.

Para o médico Daniel Beltrammi, que é secretário executivo de Gestão da Rede de Unidades de Saúde, o grupo sem vacina se torna vulnerável ao novo coronavírus. "Em um cenário em que existe uma doença agressiva contra a Covid-19, os novos vulneráveis são as pessoas que não têm oportunidade de ter contato com a vacina", disse ao Portal T5.

Em junho deste ano, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) autorizou a indicação da vacina Comirnaty, da Pfizer, para adolescentes acima de 12 anos. Dois meses depois, o órgão negou o pedido do Instituto Butantan para incluir crianças e adolescentes (de 3 a 17 anos). O mesmo imunizante é aplicado em maiores de 3 anos na China, e, na América do Sul, em crianças com 6 anos no Chile. "Os resultados no que diz respeito à proteção de crianças [com a CoronaVac] são muito exuberantes", opinou Beltrammi.

Daniel espera que a imunização para esse público seja discutida em breve no Brasil. Enquanto não existe autorização, o profissional de saúde aconselha proteção. "A recomendação é cuidar. As crianças precisam ser protegidas. Maiores de 2 anos podem e devem usar máscaras de proteção, com acompanhamento dos pais", disse.

Complicação entre doentes

Especialistas identificaram a Síndrome Inflamatória Multissistêmica Pediátrica (SIM-P), associada a Covid-19. Na Paraíba, 14 casos foram confirmados nos municípios de João Pessoa, Cruz do Espírito Santo, Sapé, Campina Grande, Mamanguape, Santa Rita, Mulungu, São José de Piranhas, Baía da Traição e Tavares. No estado, quatro crianças morreram com a SIM-P.

Entre os sintomas mais comuns dessa síndrome estão febre elevada e persistente, acompanhada de pressão baixa, conjuntivite, manchas no corpo, diarreia, dor abdominal, náuseas, vômitos e comprometimento respiratório.

“É importante que as equipes de serviços pediátricos estejam atentas às buscas caso a caso e observando possíveis quadros que atendam à definição de caso da síndrome, objetivando ofertar a assistência necessária para o paciente e com posterior confirmação”, explicou a chefe do Núcleo de Doenças Transmissíveis Agudas da SES-PB, Fernanda Vieira.

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