Racismo no futebol: atletas presentes na Copa do Catar já foram alvo de injúria; relembre
Grandes craques do futebol mundial não passam isentos dos episódios de injúria racial
O racismo é uma prática criminosa que pode acontecer em qualquer área da sociedade. Até mesmo nos gramados por onde rola a bola no futebol, esporte mais popular de todo o planeta.
Neste domingo (20), em que começa a maior competição de futebol do planeta, também é celebrado o Dia da Consciência Negra no Brasil. E, em tempos de Copa do Mundo, o debate contra o preconceito precisa também ser levantado. Atletas que estão no Catar já passaram por ataques e carregam marcas para muito além das quatro linhas.
Vamos relembrar, a seguir, alguns casos com atletas de alto nível do futebol que sofreram com o racismo:
- Daniel Alves (Brasil)
O lateral-direito Daniel Alves, da seleção brasileira, foi alvo de racismo numa partida entre Villarreal e Barcelona, clube que defendia, no ano de 2014. Um torcedor lançou uma banana no gramado para ofendê-lo. Indiferente, ele respondeu ao insulto de maneira inusitada: ao se preparar para cobrar um escanteio, o jogador se abaixou, pegou uma das bananas e comeu. “Estou na Espanha há 11 anos e há 11 anos é dessa maneira. Temos de rir dessa gente atrasada”, disse, àquela época.
- Kylian Mbappé (França)
Na Eurocopa 2021, o principal jogador da seleção francesa, atual campeã da Copa do Mundo, perdeu um pênalti na eliminação da França para a Suíça, nas oitavas de final. Após o jogo, Mbappé sofreu com insultos racistas. Para além dos ataques, o craque também não se sentiu apoiado por sua federação após o acontecido.
Em entrevista à revista Sports Illustrated, Mbappé confessou que pensou em se aposentar da seleção após o episódio de racismo. No entanto, o atleta preferiu se manter, no intuito de não abaixar a cabeça para quem o atacou. Ele decidiu continuar jogando pela França como exemplo de resistência. “Sou um exemplo para muita gente e não podia deixar passar essa mensagem. Não deixei a seleção para poder dizer às gerações mais jovens que ”somos mais fortes do que isto”, declarou.
- Romelu Lukaku (Bélgica)
Jogando fora de casa, pelo Campeonato Italiano, no ano de 2019, o atacante belga representava a Internazionale quando marcou, de pênalti, o gol da vitória de sua equipe contra o Cagliari.
Momentos antes da cobrança, ele ouviu sons imitando macacos vindo das arquibancadas. Dias depois, uma das torcidas organizadas de seu próprio clube defendeu a atitude da torcida adversária, através de uma carta, justificando que “os sons que imitavam macacos seriam apenas um artifício para desestabilizá-lo” e pedia que o camisa 9 entendesse a discriminação racial “como uma forma de respeito ao fato de que eles têm medo de que você faça gols“.
- Raheem Sterling (Inglaterra)
Sterling vive uma relação um tanto conturbada com a imprensa inglesa. É que ele já foi inúmeras vezes capa dos jornais da Inglaterra com conotações negativas, em situações em que jogadores brancos não tiveram o mesmo tratamento.
Só que em 2018, Sterling resolveu falar contra o jornal 'Daily Mail' e postou em seu Instagram um comparativo entre manchetes feitas pelo jornal em situações semelhantes com um jogador negro e um branco.
Lá, uma das principais peças da seleção comandada por Southgate afirmou que a diferença de tratamento feita pelo tablóide inglês ajuda a alimentar o racismo: “Você tem dois jovens jogadores começando suas carreiras no mesmo clube. Os dois fizeram a coisa certa, que é comprar uma nova casa para suas respectivas mães, que deram muito amor e dedicaram muito tempo para ajudá-los a chegar onde estão. Mas olha como a mensagem é colocada para o jogador negro e para o jogador branco. Isso é inaceitável. Os dois são inocentes e não fizeram nada errado, mas (a diferença) é a maneira como foi colocado”, afirmou.
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