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Dia da Consciência Negra

Racismo no futebol: atletas presentes na Copa do Catar já foram alvo de injúria; relembre

Grandes craques do futebol mundial não passam isentos dos episódios de injúria racial

Por Cristiano Sacramento Publicado em
Mbappé, grande destaque da França na Copa de 2018, foi alvo de racismo após a última disputa da Eurocopa
Mbappé, grande destaque da França na Copa de 2018, foi alvo de racismo após a última disputa da Eurocopa (Foto: Reprodução / Instagram)

O racismo é uma prática criminosa que pode acontecer em qualquer área da sociedade. Até mesmo nos gramados por onde rola a bola no futebol, esporte mais popular de todo o planeta.

Neste domingo (20), em que começa a maior competição de futebol do planeta, também é celebrado o Dia da Consciência Negra no Brasil. E, em tempos de Copa do Mundo, o debate contra o preconceito precisa também ser levantado. Atletas que estão no Catar já passaram por ataques e carregam marcas para muito além das quatro linhas.

Vamos relembrar, a seguir, alguns casos com atletas de alto nível do futebol que sofreram com o racismo:

  • Daniel Alves (Brasil)

O lateral-direito Daniel Alves, da seleção brasileira, foi alvo de racismo numa partida entre Villarreal e Barcelona, clube que defendia, no ano de 2014. Um torcedor lançou uma banana no gramado para ofendê-lo. Indiferente, ele respondeu ao insulto de maneira inusitada: ao se preparar para cobrar um escanteio, o jogador se abaixou, pegou uma das bananas e comeu. “Estou na Espanha há 11 anos e há 11 anos é dessa maneira. Temos de rir dessa gente atrasada”, disse, àquela época.

  • Kylian Mbappé (França)

Na Eurocopa 2021, o principal jogador da seleção francesa, atual campeã da Copa do Mundo, perdeu um pênalti na eliminação da França para a Suíça, nas oitavas de final. Após o jogo, Mbappé sofreu com insultos racistas. Para além dos ataques, o craque também não se sentiu apoiado por sua federação após o acontecido.

Em entrevista à revista Sports Illustrated, Mbappé confessou que pensou em se aposentar da seleção após o episódio de racismo. No entanto, o atleta preferiu se manter, no intuito de não abaixar a cabeça para quem o atacou. Ele decidiu continuar jogando pela França como exemplo de resistência. “Sou um exemplo para muita gente e não podia deixar passar essa mensagem. Não deixei a seleção para poder dizer às gerações mais jovens que ”somos mais fortes do que isto”, declarou.

  • Romelu Lukaku (Bélgica)

Jogando fora de casa, pelo Campeonato Italiano, no ano de 2019, o atacante belga representava a Internazionale quando marcou, de pênalti, o gol da vitória de sua equipe contra o Cagliari.

Momentos antes da cobrança, ele ouviu sons imitando macacos vindo das arquibancadas. Dias depois, uma das torcidas organizadas de seu próprio clube defendeu a atitude da torcida adversária, através de uma carta, justificando que “os sons que imitavam macacos seriam apenas um artifício para desestabilizá-lo” e pedia que o camisa 9 entendesse a discriminação racial “como uma forma de respeito ao fato de que eles têm medo de que você faça gols“.

  • Raheem Sterling (Inglaterra)

Sterling vive uma relação um tanto conturbada com a imprensa inglesa. É que ele já foi inúmeras vezes capa dos jornais da Inglaterra com conotações negativas, em situações em que jogadores brancos não tiveram o mesmo tratamento.

Só que em 2018, Sterling resolveu falar contra o jornal 'Daily Mail' e postou em seu Instagram um comparativo entre manchetes feitas pelo jornal em situações semelhantes com um jogador negro e um branco.

Lá, uma das principais peças da seleção comandada por Southgate afirmou que a diferença de tratamento feita pelo tablóide inglês ajuda a alimentar o racismo: “Você tem dois jovens jogadores começando suas carreiras no mesmo clube. Os dois fizeram a coisa certa, que é comprar uma nova casa para suas respectivas mães, que deram muito amor e dedicaram muito tempo para ajudá-los a chegar onde estão. Mas olha como a mensagem é colocada para o jogador negro e para o jogador branco. Isso é inaceitável. Os dois são inocentes e não fizeram nada errado, mas (a diferença) é a maneira como foi colocado”, afirmou.

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