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Quase 100 famílias da Paraíba buscam parentes desaparecidos

Casos sem solução são acompanhados pelo Ministério Público

Por Dennison Vasconcelos Publicado em
Banco de dados pode contribuir para busca de desaparecidos
Banco de dados pode contribuir para busca de desaparecidos (Foto: reprodução/MPPB)

A angústia do desaparecimento de um parente é sentida por 96 famílias da Paraíba. Nomes, idades e características dessas pessoas estão cadastradas em um banco de dados nacional, que sistematiza e cruza informações de diversos órgãos, com objetivo de ajudar a busca e localização dos desaparecidos.

Entre 2018 e 2020, a Polícia Civil registrou 565 casos de desaparecimento. Deste número, 96 casos estão sem solução e são acompanhados pelo Plid-PB (Programa de Localização e Identificação de Desaparecidos). Segundo o relatório, 22,54% dos desaparecidos têm entre 18 e 25 anos; 19,72% são crianças e adolescente com até 17 anos de idade; 15,49% estão na faixa etária entre 26 e 30 anos; 8,45% entre 31 e 35 anos; 28,17% têm entre 36 e 65 anos e 5,63 mais de 65 anos.

Entre a dor das famílias que estão à espera de notícias de parentes desaparecidos, há quase nove meses, parentes de Daniel Silva buscam o paradeiro do profissional de educação física. Ele foi visto pela última vez no dia 29 de setembro de 2020, em João Pessoa. De acordo a tia de Daniel, a aflição é interminável. "É uma dor que não fecha, mas eu creio que ele está vivo", disse Rosineide Donato, ao Portal T5.

A última informação da Polícia Civil à família foi há quatro meses. "Eles disseram que o caso é um mistério. Daniel não tinha envolvimento com crime ou drogas, então, eles não têm linha de investigação. Continuamos esperando.", disse.

Sobre a saudade do sobrinho que ajudou a criar, Rosineide lembra do modo afetuoso do rapaz. "Ele me chamava de Rosinha e era muito carinhoso comigo e com toda família. Brincava com meu pai, o avô dele, sobre política e adorava jogar vôlei", contou.

Perfil dos desaparecidos 

O relatório aponta que 59,38% são do sexo masculino, 30,21% do sexo feminino e 10,42% nao teve o sexo informado. A maioria é parda (68%) e preta (16%); 16% foram declarados da cor branca.

Busca imediata

De acordo com o Plid, é considerado desaparecimento o sumiço repentino de alguém, sem aviso prévio a familiares ou a terceiros, ou seja, uma pessoa é considerada desaparecida quando não pode ser localizada nos lugares nos quais costuma frequentar. Os parentes e responsáveis não devem aguardar 24 horas (ou qualquer outro intervalo de tempo) para avisar à polícia com o fim de serem iniciadas as buscas. Quanto mais rápido a mobilização for feita, maiores são as chances de reencontro. A Lei Federal 11.259/2005, inclusive, prevê a busca imediata pela criança ou adolescente desaparecido, a partir da ocorrência policial.

Saiba o que fazer

Assim que perceber que um familiar desapareceu, compareça à uma Delegacia de Polícia para registrar a ocorrência. Não é necessário aguardar 24 horas. Faça imediatamente o Boletim de Ocorrência, pois esse é o documento que desencadeia oficialmente a investigação de um desaparecimento. Além disso, ligue para Emergência 190 e comunique o fato à Polícia Militar para que essa também possa auxiliar nas buscas. Existem ainda outras providências importantes no processo de busca, tais como, descartar a possibilidade de falecimento e a procura em hospitais.

Registre o caso no Plid-PB. Acesse www.mppb.mp.br/plid; preencha o formulário disponível e envie-o com uma foto da pessoa desaparecida, com o nome dela no arquivo, ao e-mail [email protected] ou por meio do Protocolo Eletrônico (clique AQUI).



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