Patrick Nogueira, condenado pela chacina de Pioz, é espancado em presídio
A informação foi compartilhada pela imprensa espanhola
O paraibano Patrick Nogueira, condenado pela justiça espanhola pela chacina de Pioz, foi espancado por cerca de dez presidiários. Foi o que noticiou o jornal El Mundo, neste domingo (5). De acordo com a publicação, Patrick Nogueira passou cerca de quatro dias internado.
Patrick está preso na penitenciária Puerto III, em El Puerto de Santa María (Cádiz) e se recupera na enfermaria da penitenciária. A publicação diz ainda que o atentado ocorreu na semana passada e faria parte de uma espécie de "lei paralela", que funciona no interior dos presídios.
Série sobre o crime
O crime que vitimou uma família paraibana em Pioz, na Espanha, vai ganhar uma série documental que deve ser lançada em breve, na plataforma de streaming Atresplayer Premium. A data de lançamento ainda não foi divulgada, mas, segundo o site Variety, já tem nome. A produção feita no Brasil e na Espanha deve se chamar "Besos Marvin".
A produção de cinco episódios conta a história de Patrick Nogueira, um jovem assassino que morava na Paraíba e se mudou para a Espanha para viver com parentes. Ele compartilhou o crime pelo qual foi condenado através do WhatsApp com seu melhor amigo de 17 anos, Marvin Enriques.
Desenvolvido entre Espanha e Brasil e atualmente em produção, o documentário explora as contradições éticas que as redes sociais representam para os jovens, mas também os desafios policiais e jurídicos de novas formas de crime.
O crime e as penas
Os eventos aconteceram no verão de 2016 em Pioz, uma pequena cidade da província de Guadalajara, na região de Castela-La Mancha, na Espanha. Quando os corpos de um casal de paraibanos, Marcos e Janaína, e seus dois filhos pequenos, María Carolina e David, foram encontrados, uma investigação policial concluiu que o assassino era Patrick, um sobrinho da família de 19 anos, mas o caso ganhou uma nova dimensão ao descobrir que na noite do crime o jovem conversou via WhatsApp com seu amigo Marvin.
Patrick foi condenado pela justiça espanhola a prisão perpétua revisional, ou seja, a sentença é reavaliada a cada 25 anos. Já Marvin, apesar de não ter denunciado o amigo, mesmo estando a mais de 6 quilômetros de distância, não foi condenado pela justiça brasileira, uma vez que não há legislação específica para esse tipo de caso.
Um trecho da sentença dada pelo Tribunal do Júri de João Pessoa diz que: “Não restam dúvidas que os fatos narrados na denúncia, no que diz respeito ao réu Marvin, não constituem uma infração penal. No máximo, poderiam ser considerados como sendo atos preparatórios; contudo, em nosso ordenamento jurídico não há tipicidade em condutas subjetivas”.