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Vítimas da violência

O que Patrícia Roberta e Lorrayne têm em comum?

Portal T5 ouviu jurista sobre a responsabilidade da sociedade em casos de feminicídio

Por Dennison Vasconcelos Publicado em
Patrícia Roberta e Lorrayne foram vítimas de feminicídio
Patrícia Roberta e Lorrayne foram vítimas de feminicídio (Fotos: Reprodução/Redes sociais)

Lorrayne Damaris, 19 anos, e Patrícia Roberta, 22 anos, nasceram mulheres e tiveram a vida interrompida de forma brutal na Paraíba. As duas foram vítimas de feminicídio entre 2020 e 2021 e, nesta semana, a Justiça condenou os acusados. Juntas, as punições somam mais de 46 anos de prisão.

As mortes de Lorrayne e Patrícia repercutiram na imprensa e a divulgação do julgamento dos assassinos é uma comprovação de que há punição para esses crimes. Mas, para a advogada Nayane Ramalho, saber da condenação por um feminicídio não é suficiente para combater a violência.

"É muito triste fazer essa análise. A gente está falando de feminicídio, falando de violência física, mas estamos normalizando a violência e elas acabam nas piores tragédias". A advogada lembrou do caso de grande repercussão esta semana onde uma mãe foi vítima de agressões virtuais após aparecer dançando funk com um vestido transparente na festa de aniversário da filha, ainda criança.

"Após o feminicídio não tem nada mais a ser feito. Mas, até lá o que nós permitimos, o que nós estimulamos a julgar, inclusive"

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Em conversa com o Portal T5, a jurista explicou que toda a sociedade tem uma parcela de responsabilidade quando uma mulher é vítima de violência. Para Nayane, até que aconteça uma agressão ou feminicídio, há uma série de ações e omissões que são permitidas.

"Não importa a roupa que se usa, como se anda, a hora que se anda. A vítima não tem culpa. Precisamos mudar a percepção do nosso papel, inclusive, sobre como as informações são divulgadas pela imprensa. Essas circunstâncias não são permissivas para definir como o outro deve invadir a intimidade daquela mulher", sinalizou.

Culpabilização da vítima

O combate à violência de gênero contra mulheres parte também da não culpabilização da vítima. E, nesse ponto, a imprensa tem um papel fundamental, segundo Nayane. Isso porque, para a advogada, é preciso reconhecer o poder de alcance das mídias.

"Nunca, em hipótese alguma, a vítima é culpada. A vítima é vítima. E quando se noticia um crime de importunação sexual, estupro ou femincídio, não importa a roupa que a mulher estava ou a hora do crime, por exemplo. A gente, enquanto sociedade, não pode permitir que a mulher seja culpada quando na verdade ela é a vítima", disse a advogada.

Denuncie

Se você sofre ou presenciou algum tipo de violência contra as mulheres, denuncie. Em caso de emergência, a mulher ou alguém que presencie alguma agressão, pode pedir ajuda por meio do telefone 190, da Polícia Militar.

Na Paraíba, as denúncias podem ser feitas também em qualquer uma das Delegacias da Mulher (Deam) espalhadas em todas as regiões, além do plantão 24 horas na Deam Sul de João Pessoa, que funciona na Central de Polícia.

Além desses locais, o denunciante poderá utilizar os telefones 197 (Polícia Civil), 190 (Polícia Militar, para chamado de urgência) ou o 180 (número nacional de denúncia contra violência doméstica). Outra opção é fazer um registro da denúncia através da delegacia online no endereço: www.delegaciaonline.pb.gov.br

Denúncias de violência contra mulheres também podem ser feitas pelo WhatsApp. Para isso, basta enviar uma mensagem para o número (61) 9610-0180 pelo aplicativo ou pelo link https://wa.me/556196100180?text=oi.

Imagem de Freepik

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