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Nos palcos e na vida, atriz vive dores de Gisberta, vítima de transfobia

Portal T5 conversou com a atriz Letícia Rodrigues que estreia o monólogo ‘Gisberta’, em João Pessoa

Por Juliana Alves Publicado em
Gisberta e leticia
(Foto: Arquivo pessoal/Letícia Rodrigues)

Letícia vive Gisberta (e Gisberta vive em Letícia), numa conexão que escorre dos palcos. Em cena, as histórias das duas se misturam enquanto a atriz relembra as dores e os traumas da brasileira, vítima de transfobia em Portugal. A partir de sexta-feira (27), no palco do Teatro Ednaldo do Egypto, em João Pessoa, Letícia Rodrigues, mulher trans como Gisberta, fortalecerá o grito de resistência da comunidade LGBTQIA+.

Não sei em que momento eu sou Gisberta. Não sei em que momento sou Letícia. Eu só sei que nossas dores são as mesmas.

A apresentação é um monólogo em que as histórias de Letícia e Gisberta se encontram. Em cena, se reconhecem as mesmas feridas, angústias e medos vividos por transexuais e travestis. “Os corpos das pessoas trans são aqueles apontados e julgados na rua. E a gente traz essa questão para o projeto com o objetivo de fazer as pessoas refletirem e se sensibilizarem”, disse Letícia, 38 anos.

Para Letícia, essa é uma experiência diferente de tudo o que já viveu em cena, principalmente por tratar de uma violência que ela sofre diariamente. "Eu precisei sair da minha zona de conforto, estudar bastante. E Gisberta é necessária, ela é nosso símbolo".

Gisberta | Basta um nome para lembrarmos de um ódio

A peça estreia na próxima sexta-feira (27) e celebra a semana da Visibilidade Trans, chamando atenção para a luta por mais respeito e direitos para travestis e transexuais. O monólogo será apresentado no Teatro Ednaldo do Egypto, em João Pessoa.

Placa de venda - o espaço no bairro de Manaíra é administrado pela Prefeitura de João Pessoa e foi colocado à venda no fim do ano passado. Por resistência, parte da comunidade artística acredita na manutenção do ambiente. Para Letícia, que também é gestora do teatro, a mensagem trazida em “Gisberta” pode ajudar a despertar o interesse cultural da comunidade pelo local. “Estamos dialogando para que este ambiente continue sendo Teatro. E vai, porque nós temos uma força muito grande”, disse.

A peça tem direção de Misael Batista, trilha sonora de Chris Maurício e Alexandra Oliveira, caracterização de Romilson Rodrigues e técnica de Robson Oliver.

'Gisberta' tem o apoio da Associação de Pessoas Travestis, Transexuais e Transfeministas da Paraíba (ASPTTRANS-PB) e da Secretaria da Mulher e da Diversidade Humana, da Paraíba.

A história de Gisberta e de tantas outras vítimas de transfobia se encontram na peça vivida por Letícia. Juntas, do palco, elas gritam por mais respeito: Gisberta vive.



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