MPPB vai convocar deputada que citou propina para parlamentares em sessão da ALPB
Caso ocorreu em sessão que debatia modificações da Lei de Proteção Social e o projeto que reduz o tempo de promoções e ascensões de PMs e Bombeiros
A deputada estadual Dra. Paula será convocada pelo Ministério Público da Paraíba (MPPB) para explicar suas declarações feitas na sessão da Assembleia Legislativa da Paraíba (ALPB), na quarta-feira (8), que debatia modificações da Lei de Proteção Social e o projeto que reduz o tempo de promoções e ascensões de Policiais Militares e Bombeiros Militares da Paraíba.
A deputada mencionou que policiais deveriam ganhar mais do que parlamentares e citou que alguns políticos, além do salário, recebem propina. A fala gerou indignação.
"Por que não ter um salário justo? Será que eles vão receber na sua aposentadoria? Será que vai ser incorporado? Eu acho que isso é uma indignidade. Eu acho que o salário deveria ser muito melhor do que o de deputado. O policial deveria ganhar melhor do que um deputado, porque deputado ele tem o salário dele e muitos tem outros salários. Muitos ainda recebem propina, e isso é que é vergonhoso. Vamos ter responsabilidade com o que a gente faz e como a gente se posiciona. Policial merece um salário digno e um salário melhor do que um deputado", disse a parlamentar.
O presidente da sessão, o deputado Adriano Galdino (PSB), lamentou, juntamente com o deputado Ricardo Barbosa (PSB), o posicionamento da parlamentar quando ela mencionou o termo "propina". Ambos solicitaram a retirada da fala da parlamentar da ata. Em seguida, o deputado Wallber Virgulino (Patriota) se solidarizou com doutora Paula.
Após decisão do procurador-geral de Justiça, Antônio Hortêncio Rocha Neto, de instaurar uma 'Notícia de Fato' (procedimento inicial) para apurar o contexto das declarações da deputada estadual sobre o recebimento de propinas por parlamentares, o promotor de Justiça, Eduardo Freitas, coordenador da Comissão de Combate aos Crimes de Responsabilidade e à Improbidade Administrativa (Ccrimp) disse que o órgão está reunindo material para a instauração do procedimento e que isso deve ocorrer ainda esta semana.