Miss Paraíba 2023 relata episódio de racismo em aeroporto de Madri
Karine relatou que, enquanto circulava pelo Duty Free, começou a ser "perseguida" por um funcionário da loja
A Miss Beleza Internacional Paraíba 2023, Karine Stella Cardoso, de 24 anos, contou que passou por uma situação constrangedora e revela ter sido vítima de racismo no Duty Free do aeroporto de Barajas, em Madri, na Espanha, na última sexta-feira (29). A modelo, que se mudou para a Europa para estudar inglês e psicologia, foi à Espanha buscar seu vestido de gala para o Miss Brasil Beleza Internacional 2023, que ocorre em Niterói, Rio de Janeiro, no próximo dia 29 de agosto.
Em entrevista concedida à revista Quem, Karine relatou que, enquanto circulava pelo Duty Free, começou a ser "perseguida" por um funcionário da loja. Ela explicou que, ao perguntar sobre o valor de um item na seção de perfumes, um segurança afirmou que deveria levar dois perfumes em promoção. Em seguida, Karine seguiu para outras seções, como a de chocolates e maquiagem, e percebeu que o mesmo funcionário continuava a segui-la com insistência, totalizando quase 30 minutos de perseguição.
"Quando ele viu que eu estava filmando e percebi o que estava acontecendo, saiu de perto de mim, mas aí já era tarde demais", relatou Karine, que se retirou do local após se dar conta de que estava sendo vítima de racismo.
A estudante explicou que não havia motivo para ser perseguida dessa forma, e que suas características físicas, como ser negra e não estar "mal arrumada", não justificavam tal tratamento. "Eu não acredito que ele tenha me perseguido por eu estar mal arrumada, porque até então o vestido que eu estava era muito arrumado", destacou.
Karine enfatizou que o episódio foi uma forma de "racial profiling", quando uma pessoa é seguida ou tratada com base em sua raça, em vez de suspeita individual. Ela destacou que a perseguição aconteceu por ser negra, e acredita que é fundamental que a preparação dos funcionários do aeroporto considere a diversidade racial e promova ações para evitar o racismo em seu ambiente de trabalho.
Após o incidente, Karine entrou em contato com a AENA, consórcio que administra o Aeroporto de Madri, e com o World Duty Free Group, que informou que irá abrir uma investigação junto ao RH sobre o ocorrido.
Amigos e familiares de Karine demonstraram revolta com o caso, e a estudante afirmou que, mesmo com suas experiências de viajar por diversos países, não é fácil estar longe do Brasil e enfrentar situações de racismo e machismo estrutural. "Não é sempre que você tem força para ficar lutando e acolhendo a ignorância do próximo. A gente só quer ser feliz, correr por aí", desabafou.
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