Mais de 9 mil pacientes da Paraíba sofrem com a falta de medicamentos no serviço público de saúde
Estoque de remédios está zerado para pacientes com doenças psicológicas, reumáticas e enfermidades raras.
Mais de 9 mil pacientes da Paraíba sofrem com a falta de medicamentos fornecidos pelo SUS (Sistema Único de Saúde) para o tratamento de Alzheimer, Esquizofrenia, Epilepsia, Diabetes, Hipertensão e outras doenças consideradas raras. O Portal T5 teve acesso, com exclusividade, ao levantamento da Secretaria de Estado da Saúde (SES) que registra o estoque zerado de 29 produtos no Cedmex (Centro Especializado de Dispensação de Medicamentos Excepcionais).
A escassez de remédios também prejudica pessoas que realizaram transplantes no estado. O tratamento com os medicamentos é fundamental para a reação positiva de pacientes e impedir a rejeição dos novos órgãos, como fígado e coração. Segundo o relatório, 462 usuários cadastrados pela administração da saúde estão sem os insumos para o pós-operatório.
Segundo o gerente executivo de Assistência Farmacêutica da SES, Felipe Santos, a compra dos medicamentos é realizada pelo Ministério da Saúde e repassada à gestão pública do estado. Atualmente, o quantitativo sem estoque representa cerca de 25% de todos os medicamentos enviados pelo Ministério da Saúde à Secretaria de Estado da Saúde.
Atraso de dois meses
De acordo com a SES, o envio dos medicamentos faltantes deveria ter ocorrido entre os dias 10 e 20 de setembro deste ano. O lote é referente ao abastecimento dos estoques para os meses de outubro, novembro e dezembro.
Para Felipe Santos, alguns tratamentos podem ter a medicação substituída por recomendação médica, no entanto, doenças raras não possuem alternativas terapêuticas. “A opção de troca deve acontecer por escolha do médico, quando o remédio não faz efeito, do que pela falta do produto”, disse.
Mais grave para quem tem Alzheimer
O atraso tem prejudicado pacientes que necessitam de Rivastigmina, remédio usado no tratamento da doença de Alzheimer. O medicamento auxilia para o aumento da quantidade de acetilcolina no cérebro, uma substância importante para o funcionamento da memória, aprendizagem e orientação. A previsão de chegada desse item é para abril de 2022. “Uma nota técnica foi enviada pelo Ministério da Saúde informando que, provavelmente, até o final do primeiro trimestre de 2022, não irá fazer a reposição da Rivastigmina”.
A falta desse medicamento pode gerar a progressão do Alzheimer. Segundo o farmacêutico, o Ministério da Saúde orientou o uso de outro medicamento, mas pode haver demora para entrega do novo produto. “Nós orientamos toda a rede e aguardamos a avaliação dos pacientes pelos médicos, para podermos fazer todo o trâmite para solicitação de um novo produto no Cedemex”, disse.
O Portal T5 procurou o Ministério da Saúde. Em nota, a pasta disse que "mantém todos os esforços para garantir o abastecimento de medicamentos ofertados pelo SUS e esclarece que o atendimento do quarto trimestre das demandas por medicamentos dos estados é feito de maneira parcelada, considerando a disponibilidade de estoque e de entrega pelas empresas contratadas".
Veja a lista dos produtos sem estoque e o quantitativo de pacientes prejudicados:
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