Mãe e padrasto são indiciados por morte de bebê em João Pessoa
A criança deu entrada no hospital com sinais de agressão pelo corpo e na cabeça.
A Polícia Civil concluiu o inquérito que investigava a morte do bebê José Henrique da Silva Medeiros, de 1 ano, em João Pessoa. Ele morreu no Hospital de Emergência e Trauma Senador Humberto Lucena no dia 31 de março deste ano. A criança deu entrada na unidade no dia anterior com sinais de agressão pelo corpo e na cabeça.
De acordo com o delegado Aldroville Grisi, a mãe e o padrasto deverão responder pela morte do bebê. Eles estão presos e aguardam julgamento.
Padrasto foi preso pela PRF
Na noite de 1 de abril foi preso o homem apontado pela mãe como responsável por supostas agressões, que ocasionaram a morte do bebê de um ano e três meses. A prisão aconteceu na cidade de Sobrado, no interior da Paraíba.
De acordo com Washington Santos, um dos agentes que participou da ação, a abordagem aconteceu na base operacional localizada em Café do Vento. "A gente conseguiu identificá-lo nessa abordagem e já procedeu a vinda dele para a Central de Flagrantes da capital para dar prosseguimento aos procedimentos legais", disse.
O agente relatou que o homem negou qualquer participação no crime ou tentativa de fuga: "Ele relatou que não participou de agressão à criança e que estava vindo de Campina Grande, onde teria realizado um trabalho. Afirmou que estava voltando para João Pessoa".
Mãe também foi presa
A mãe do bebê está recolhida no Presídio Feminino Júlia Maranhão, no início da tarde dessa sexta-feira (1º). Na saída para a penitenciária, ela chorava bastante e disse que era vítima tanto quanto o filho. À imprensa, a mãe do bebê contou que era agredida pelo marido. Ela foi autuada por tortura, com resultado em óbito.
De acordo com a polícia, durante a audiência de custódia, a mulher confessou que agredia o bebê. Mas, segundo ela, o marido era quem batia mais na criança.
Bebê tinha múltiplas lesões no corpo
O diretor do Hospital de Trauma, Laécio Bragante, disse que a criança chegou no hospital já com sinais de morte encefálica. “Inicialmente, quero dizer que sempre lamentamos muito a morte, principalmente quando é a morte de uma criança tão jovem. Essa criança chegou aqui ao hospital ontem por volta das 22 horas mostrando sinais de grave agressão e de morte encefálica. Só respirava com a ajuda de aparelhos. Todos os cuidados foram aplicados e empreendidos. Essa criança foi conduzida à UTI do hospital, mas não havia indicação de nenhum procedimento cirúrgico. Só de tratamento clínico e de suporte avançado”, disse.
O médico lamentou que “mesmo com todo esse esforço, essa criança não resistiu e foi a óbito”. Laércio afirmou que o bebê apresentava “múltiplas lesões em todos os seguimentos do corpo: crânio, rosto, tórax, abdômen e membros inferiores", que são sinais clássicos de agressão. Ainda segundo Laércio, não eram lesões recentes. Algumas eram como “marcas de cigarro”.
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