Laqueadura: quem pode fazer e onde dar entrada em João Pessoa?
Nesta quarta-feira (10), o Senado aprovou a redução na idade mínima para o procedimento de 25 para 21 anos
O Senado aprovou nesta quarta-feira (10) o projeto de lei (PL) 1.941/2022 que reduz de 25 para 21 anos a idade mínima para a que a mulher opte pela esterilização voluntária (laqueadura). Além disso, o texto retira a obrigatoriedade do consentimento expresso dos cônjuges para realização do procedimento. O projeto teve origem na Câmara dos Deputados e agora segue para sanção presidencial.
Em João Pessoa, como ainda há tramitação do projeto no Congresso Nacional, os procedimentos cirúrgicos de laqueadura, para as mulheres, e vasectomia, para os homens, precisam seguir os critérios presentes na Lei nº 9.263, de 12 de janeiro de 1996. O procedimento é pelo Sistema Único de Saúde, gratuito e a referência na capital paraibana é o Instituto Cândida Vargas.
O hospital conta com uma equipe multidisciplinar formada por médicos, enfermeiros, psicólogos, assistentes sociais, dentre outros. De acordo com a coordenadora de Enfermagem do ambulatório do ICV, Danielle de Araújo, mesmo com métodos contraceptivos efetivos e reversíveis, como a implantação do DIU, o mais procurado pelas mulheres segue sendo a laqueadura, que é irreversível.
“Sempre orientamos sobre os outros métodos que são reversíveis, como o DIU. Acontece com muitas mulheres que fazem a laqueadura muito jovens, mais na frente querem ter outros filhos e se arrependem do procedimento. Por isso, esse trabalho de orientação é muito importante para mantê-las informadas”, explicou.
Segundo Daniele de Araújo, a escolha pela laqueadura muitas vezes ocorre por pressão dos companheiros das mulheres, que não querem utilizar outros métodos anticonceptivos. Até por isso, a orientação é importantíssima para que as famílias escolham a melhor forma de ter um controle familiar.
“Recebemos aqui mulheres que já estão na quinta, sexta gestação, porque não receberam uma orientação. A maioria opta pela laqueadura por pressão dos companheiros, que também por falta de orientação optam por se protegerem”, contou.
É importante ressaltar que toda a população pode ter acesso aos serviços oferecidos para o Planejamento Familiar nas unidades de saúde da família (USF) de todos os bairros. Há oferta de vários métodos contraceptivos, como preservativos, pílulas, injetável mensal ou trimestral e o diafragma. Além disso, a rede municipal de saúde também oferta a implantação do dispositivo intra-uterino (DIU).
A vasectomia, cirurgia de esterilização masculina, também é uma alternativa no planejamento familiar. Para ter acesso à cirurgia, o homem deve ir à sua unidade de saúde da família para agendar a consulta com um urologista.
Na consulta, o especialista explica todo o procedimento e encaminha o usuário ao aconselhamento multiprofissional, em que são apresentados outros métodos contraceptivos ao paciente. Em seguida, são realizados os exames pré-operatórios. O usuário e sua companheira devem assinar o termo de consentimento para a realização da cirurgia.