Justiça manda soltar delegado suspeito de desvio de finanças na PB
Juiz determinou medidas cautelares ao delegado, preso sob acusações de desvio de recursos e retardamento de inquéritos
O juiz José Milton Barros de Araújo, do 2º Juizado Especial Misto de Patos, deliberou pela soltura do delegado Elcenho Engel Leite de Souza na tarde deste domingo (6). O delegado havia sido detido na sexta-feira (5) durante uma operação da Polícia Civil, suspeito de desviar recursos provenientes de fianças pagas por detidos e de atrasar intencionalmente inquéritos policiais.
Na audiência de custódia, o magistrado afastou a exigência de pagamento de fiança, mas determinou medidas cautelares para o investigado, com o objetivo de garantir a continuidade das investigações e a preservação do processo. As medidas impostas incluem: Comparecer a todos os atos do processo sempre que for intimado; Apresentar-se mensalmente em juízo para justificar suas atividades até o final do processo; Não mudar de residência sem autorização prévia do juízo ou ausentar-se da Comarca por mais de 8 dias sem comunicação à autoridade processante; Abster-se de cometer qualquer outra infração penal.
A operação que resultou na prisão do delegado Elcenho Engel Leite de Souza teve como foco o combate à corrupção em Patos, município localizado no Sertão do Estado. De acordo com as informações apuradas, o delegado é suspeito de ter desviado valores provenientes de fianças pagas por indivíduos sob custódia e de ter atrasado a distribuição de inquéritos policiais, com o intuito de ocultar práticas criminosas mais graves, como o peculato.
Segundo a investigação à qual a reportagem teve acesso, consta nos autos que o investigado teria praticado tais condutas continuamente por quase uma década, utilizando-se de sua posição como delegado de polícia civil para efetuar apropriações indevidas. A promotora Mariana Bezerra solicitou à Justiça a quebra do sigilo bancário do delegado, abrangendo o período de 14/07/2014 a 16/05/2023, incluindo todas as contas e investimentos mantidos em instituições financeiras pelo suspeito.
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