Hospital Infantil do Valentina tem 90% de ocupação de leitos, diz direção
Casos graves de síndromes respiratórias e dengue aumentaram busca por atendimento
Aumentaram os casos de crianças com Síndrome Respiratória Aguda atendidas no Hospital Infantil do Valentina, em João Pessoa. De acordo com o diretor técnico da unidade, Roberto Leitão, nos últimos 18 dias, a maioria dos 3.387 pacientes tinha sintomas relacionados à infecção respiratória ou a arboviroses (dengue, zika e chikungunya). Essas doenças fizeram os leitos de enfermaria do hospital chegarem a 90% de ocupação.
Em 10 dias, houve crescimento de 52% no número de pais ou responsáveis com crianças doentes que procuraram o Hospital do Valentina. Nos primeiros nove dias de maio, foram 1.344 pacientes atendidos. Já entre os dias 10 e 18 de maio, mais 2.043 crianças foram recebidas na unidade.
Para o diretor, a fase mais estável da pandemia da Covid-19 provocou o retorno da população às atividades sociais e isso acarretou a proliferação de outros vírus que atingiram as crianças. “Esse aumento no número de atendimentos acontece em hospitais públicos e privados da cidade”, diz.
Dinheiro interfere em recuperação
O tempo de melhora dos pacientes é variável e depende até da renda familiar, segundo o médico. “A recuperação depende de cada criança. Muitas vezes, médicos passam determinado tipo de orientação ou medicação, e muitas vezes o social da pessoa não permite, até para comprar a medicação é complicado. Existem quadros graves de arboviroses, como dengue, como também de quadro respiratório”, disse Roberto Leitão.
Fim do prazo
Encerra nesta quinta-feira (19), o prazo dado pelo Conselho Regional de Medicina da Paraíba (CRM-PB) para que a Prefeitura de João Pessoa solucionasse os problemas de estrutura do hospital. Há 30 dias, a fiscalização encontrou diversos pontos para reparo na unidade.
Na quarta-feira (18), uma reunião entre gestores da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) e do CRM-PB discutiu sobre o abastecimento de medicamentos e insumos pela rede municipal, regulação de pacientes e serviços, infraestrutura das unidades de saúde e salário dos profissionais de saúde.
“Dialogamos sobre os principais problemas que o CRM-PB vem encontrando na saúde de João Pessoa nas constantes fiscalizações que realizamos. Já obtivemos respostas positivas dos gestores e continuaremos atentos para garantir a dignidade do ato médico e do atendimento à população”, disse Bruno Leandro, diretor de fiscalização do CRM-PB.
A fiscalização ocorreu no dia 19 de abril após denúncias sobre o pedido de demissão de nove médicos, que gerou problemas com a escala de trabalho por conta da falta de profissionais.
À época, a equipe do CRM-PB constatou defasagem da escala médica, mas o problema foi resolvido em poucos dias.
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