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Caso Orlando Pereira

'Estou sozinha com meus três filhos', desabafa viúva de motoboy morto em acidente

Marilene Pessoa, viúva de Orlando Pereira, explicou que passa dificuldades financeiras após morte do marido, em João Pessoa

Por Juliana Alves Publicado em
Orlando Pereira estava trabalhando quando o acidente aconteceu
Orlando Pereira estava trabalhando quando o acidente aconteceu (Foto: Reprodução/Arquivo pessoal)

A família do motoboy Orlando Pereira, atropelado por um carro na contramão, em João Pessoa, não sofre apenas a dor da perda, do luto. Pouco mais de duas semanas após o acidente fatal, parentes de Orlando precisam conviver também com os julgamentos e a falta de empatia sobre o pedido de indenização que fizeram à Justiça. Nos últimos dias, o advogado da família do motoboy protocolou um processo que pede R$ 500 mil a título de danos morais pela morte do trabalhador.

No tribunal criado nas redes sociais, os comentários têm um alvo: Marilene Pessoa, viúva de Orlando. Em entrevista ao Portal T5, ela, que é autônoma, relatou que vive dificuldades financeiras para manter os filhos desde a morte do marido. “Já faz 17 dias do acidente e ninguém chegou na minha porta para perguntar se eu estou precisando de ajuda. Sou eu sozinha com os meus três filhos. Quem está me ajudando são minhas irmãs. Porque tudo está atrasado, carro, casa, escola das crianças”, contou.

Orlando Pereira era caminhoneiro e estava trabalhando como motoboy para complementar a renda da família e para pagar um conserto do caminhão. Ele não era segurado do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). O motoboy foi atropelado enquanto trabalhava, na noite do último dia 16 de setembro, em um cruzamento no bairro Manaíra. O perito Robson Félix era quem dirigia o carro que provocou o acidente.

Em conversa com o Portal T5, Marilene foi enfática ao explicar o pedido de indenização protocolado pelo advogado da família. “Eu não quero dinheiro. O que eu quero é justiça. Eu quero que minhas filhas tenham um futuro. E o que for de direito delas, elas vão ter”. 

Porque eu sou de maior e sei sobreviver, mas elas não. Se eu não tiver mais, quem é que vai cuidar delas? Quem me garante o futuro delas?

Marilene ainda pediu mais empatia diante da situação que ela vive. “Quem tem criança pequena em casa sabe muito bem das dificuldades. Mas como eu não tenho o apoio de ninguém, eu deixo eles falarem o que querem”.

O que diz a Justiça 

Pedidos de indenização por danos morais pela morte de um parente são legítimos, de acordo com o entendimento do Superior Tribunal de Justiça. Afinal, a vida é um direito fundamental e a violação a este preceito exige uma responsabilização.

Pedidos de indenizações solicitados à Justiça precisam ser protocolados por advogados. A análise e avalição do pedido é de responsabilidade do juiz, que tem liberdade para arbitrar a indenização dentro dos parâmetros pretendidos.

As investigações

Robson Félix, motorista que provocou o acidente, se apresentou à polícia um dia após o acidente e foi liberado após pagar R$ 13 mil de fiança. Ele responde ao processo em liberdade.

As investigações sobre o caso estão em andamento. O T5 buscou o Instituto de Polícia Científica (IPC), que afirmou ainda aguardar resultados de exames realizados na vítima. A Polícia Civil também foi consultada e, segundo o delegado Everaldo Medeiros, o inquérito ainda não foi fechado.

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