Escutas revelam esquema de tráfico e envolvimento de viúva após crime
Mulher foi presa tentando fugir. Homem foi morto em Pinhais, no Paraná, durante aniversário dos filhos
Após a morte do comerciante Ricardo Luis Marodin, assassinado com dez tiros durante uma festa infantil em Pinhais, no Paraná, a polícia descobriu que a mulher da vítima também estava envolvida no esquema de tráfico de drogas. O homem morto também tinha envolvimento e foi inocentado, segundo o advogado da vítima.
Camila Andrade Pires, presa ao tentar fugir para o litoral, negava o envolvimento do marido com o crime. No entanto, escutas telefônicas revelaram que a comerciante sabia de toda a situação e tinha função de chefe ao lado de Ricardo. Nas redes sociais, ostentava uma vida de luxo. A loja de roupas que mantinha na cidade seria fachada para lavagem de dinheiro originado do crime.
A polícia apreendeu roupas do estabelecimento comercial após identificar a real origem do dinheiro da família. A viúva chegou a enterrar uma arma no quintal da casa da própria mãe. As contas da suspeita foram bloqueadas: cerca de R$ 1,3 milhão estavam depositados. Carros de luxo avaliados em mais de R$ 1 milhão também foram apreendidos.
Em áudios, Camila diz que Ricardo "não é bandido". A polícia crê que a viúva usou a estratégia de defender o marido para se auto proteger. A mulher seria a próxima vítima pela disputa de território do tráfico na região.
Nas ligações interceptadas, Camila sabia quem foram os responsáveis pela morte do marido. Dois dias após o crime, a mulher entrou em contato com um dos comparsas, que alertou sobre a disputa. Camila diz ao traficante, identificado como "Maninho", que quem fez os disparos foi um rival, chamado "Pacheco".
Maninho chegou a ficar três horas na frente da casa do assassino para vingar a morte de Ricardo, mas não o encontrou. O traficante também alertou Camila sobre ela ser a próxima vítima e que ela deveria se armar. A viúva chegou a pedir o endereço do rival, chamado de "Menor", para armar uma emboscada.
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