Dupla pega mais de 88 anos de prisão por homicídios na Paraíba
Cada réu pegou 44 anos e 10 meses de prisão por duplo homicídio qualificado
Após 17 horas de julgamento, o conselho de sentença do Tribunal do Júri de Cajazeiras condenou dois homens à pena de 44 anos e 10 meses de prisão, cada um, pela prática dos crimes de duplo homicídio por motivo torpe, meio cruel e recurso que dificultou a defesa das vítimas, ocultação de cadáver, corrupção de menores e associação criminosa. O julgamento aconteceu na última sexta-feira (24). O crime que teve repercussão no município do Sertão da Paraíba aconteceu há três anos. Atuaram na acusação os promotores de Justiça Levi Emanuel Monteiro de Sobral e Filipe Venâncio Côrtes.
Segundo os representantes do Ministério Público da Paraíba (MPPB), os réus assassinaram, nos dias 22 e 25 de fevereiro de 2018, respectivamente, os jovens Marcos Vinicius Barbosa Melo e Fernando Bonifácio dos Santos, na zona rural de Cajazeiras. A primeira vítima teve, inclusive, o seu cadáver ocultado na propriedade rural do pai do acusado.
Segundo a Promotoria de Justiça, para a prática do crime, os processados, que são compadres, associaram-se e corromperam um adolescente, que teve a missão de atrair as vítimas para os locais onde elas foram assassinadas, dissimulando um convite para o consumo de entorpecentes. O assassinato foi praticado por motivo de vingança, uma vez que os réus acreditavam que as vítimas tinham dado informações a pessoas que tentaram matar Fabiano, em 2017.
O julgamento
Após longas horas de plenário, com extensa instrução e intensos debates nas primeiras falas, réplica e tréplica, o conselho de sentença entendeu pela condenação dos acusados, na forma requerida pelo Ministério Público.
“O júri é a essência do Ministério Público. É, por excelência, a arena que busca defender a vida e os bons valores da sociedade contra os estigmas da impunidade e da violência. Ao final dessa árdua jornada de trabalho, conseguimos exibir aos jurados que as provas eram por demais robustas no sentido de apontar as responsabilidades dos acusados. Fez-se justiça, como nomina o cargo que ocupamos”, avaliaram os promotores de Justiça.
Eles também destacaram a importância de se “desmistificar a crença pregada por alguns de que o promotor de Justiça busca sempre a condenação dos denunciados”. “Nesse processo, inclusive, pedimos a absolvição quanto ao crime de ocultação de cadáver da vítima Fernando Bonifácio, inexistente, segundo pensamos”, argumentaram.