Crimes violentos em janeiro não são atípicos na Paraíba, diz Polícia Civil
De acordo com a delegada de homicídios, Crimes Violentos Letais Intencionais (CVLIs) foram registrados a mesma proporção em anos anteriores
Em entrevista coletiva, realizada na noite desta quarta-feira (25), a Secretaria de Estado da Segurança e Defesa Social da Paraíba, através da Superintendente Regional da Polícia Civil, Maísa Félix, deu informações sobre as investigações dos casos de homicídios no mês de janeiro de 2023. O encontra aconteceu na Central de Polícia de João Pessoa.
Além da delegada Maísa Félix, participaram da entrevista titulares das delegacias Especializadas de Homicídios e Entorpecentes de João Pessoa e Coronel Carlos Roberto Sena, Comandante do Policiamento Regional Metropolitano.
A Superintendente Regional ressaltou que as forças de segurança da Paraíbaestão fazendo o seu trabalho para garantir a paz, tranquilidade e a civilidade. Ela mencionou também que a Polícia Judiciária trabalha com indicadores que não estão discrepando-se de números registrado já em anos anteriores. Foi ressaltado que o estado está dentro de sua meta em relação à segurança pública.
Maísa Félix fez também um apelo para que conteúdo compartilhado nas redes sociais indicando "guerra de facções" ou "toques de recolher" não sejam repassados. Segundo ela, são criminosos que tentam plantar pânico e tirar a tranquilidade da sociedade. Ela sugeriu procurar as forças de segurança caso haja uma denúncia acerca disso.
A titular da delegacia de homicídios, Luísa Correia, afirmou que a o aumento dos Crimes Violentos Letais Intencionais (CVLIs) é sazonal, ou seja, não é atípica no período se comparadas a anos anteriores.
"Essa movimentação de Janeiro não é atípica. No ano passado, em janeiro e fevereiro, a movimentação também foi bastante alta, mas ao longo do ano nós conseguimos a maior redução. Em João Pessoa foi reduzido 14% dos homicídios, então, isso não prejudica o trabalho. Janeiro e fevereiro são meses realmente que há essa fenômenologia. Acredito que seja pelo movimento de férias, a cidade tem mais gente, temos o recesso do poder judiciário, nossas medidas representativas demoram um pouco a sair, então, é um fenômeno que vem acontecendo. Nada que prejudica, nada de atípico, porque, esse fenômeno nos anos passados também aconteceu", disse.
Luísa sugeriu ainda que boa parte desses crimes são cometidos por pessoas que já tem envolvimento com a criminalidade ou com drogas, mas ressaltando que a Polícia Civil trabalha independente da qualificação da vítima.
"A polícia judiciária trabalha independente da qualificação da vítima. Acontecendo o crime, a gente entra em campo, tenta elucidar e apontar o autor desse crime, mas, entender a rotina daquela vítima faz parte do processo investigativo. A gente verifica que cerca de 80% dos casos são pessoas que realmente já estiveram envolvidas em outras atividades criminosas. As vítimas desses 25 homicídios pode-se dizer que cerca de 22 tem um passado criminoso. Já esteve envolvido nesse processo do crime. Nesses homicídios nós já temos 17 com indicação de autoria, trabalhando para corroborar nos autos e elementos que nos permitam representar por essas cautelares. Esperamos também o poder judiciário retomar suas atividades para dar prosseguimento aos processos", explicou
A delegada complementou dizendo que "várias investigações estão se desenrolando, mas que uma investigação robusta e com provas técnicas demandam tempo e o andamento desses inquéritos podem depender também de intervenções judiciais".