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Controle da pressão arterial ajuda a prevenir doença que afetou Juliette

Aneurisma cerebral acomete mais mulheres do que homens e pode provocar acidente vascular cerebral hemorrágico.

Por Dennison Vasconcelos Publicado em
Juliette comemora 33 milhões de seguidores com post no Instagram; veja
Juliette comemora 33 milhões de seguidores com post no Instagram; veja (Foto: Reprodução/ GShow)

O que há em comum entre a ex-BBB Juliette e as atrizes Emília Clarke e Sharon Stone? Além da fama, as três sofreram um aneurisma cerebral em algum momento da vida. Juliette foi diagnosticada com um aneurisma em agosto de 2021; Emília Clarke revelou que sofreu dois aneurismas enquanto gravava a série "Game of Thrones" — um em 2011 e outro em 2013; já Sharon Stone recebeu o mesmo diagnóstico em 2001 e levou sete anos para se recuperar.

Doença grave e silenciosa que afeta mais as mulheres do que os homens (para cada homem com aneurisma, 1,6 mulheres desenvolvem a doença; e tal proporção quase dobra após a menopausa), o aneurisma cerebral é uma dilatação em um dos vasos sanguíneos que levam sangue até o cérebro.

“Quando isso acontece, a parte dilatada geralmente apresenta uma parede mais fina e, por isso, existe um elevado risco de se romper”, afirma o pesquisador e cardiologista Valério Vasconcelos. “Podemos assemelhar um aneurisma cerebral a um balão de festas infantis sendo inflado, que pode estourar à medida que aumenta de tamanho”, compara.

Se um aneurisma cerebral rompe, explica o médico, ocorre um acidente vascular cerebral hemorrágico (AVCH), que pode ser mais ou menos grave, de acordo com o tamanho do sangramento. Foi o que ocorreu com a irmã da agora cantora Juliette, Julienne Freire, que morreu aos 17 anos em decorrência de um AVC (acidente vascular cerebral) provocado por um aneurisma cerebral.

“No momento da ruptura do aneurisma, o paciente apresenta dor de cabeça intensa, como a pior dor da vida, com sensação de forte explosão na cabeça, que inicia de maneira muito súbita, diferente das dores de cabeça mais comuns, que começam de maneira leve e com aumento gradual da dor”, revela o médico.

Valério Vasconcelos diz que, em geral, o aneurisma cerebral não causa sintomas, sendo identificado acidentalmente em um exame de diagnóstico da cabeça ou quando se rompe. “Mas algumas pessoas com aneurisma podem apresentar sinais, como dor constante atrás do olho, pupilas dilatadas, visão dupla ou formigamento no rosto”, esclarece o pesquisador.

“O mais comum é que os sintomas surjam apenas quando o aneurisma se rompe ou está vazando. Nesses casos, eles são semelhantes aos de um AVC hemorrágico e incluem dor de cabeça muito intensa e repentina, que piora com o tempo; náuseas e vômitos; pescoço duro; visão dupla; convulsões; e desmaio”, complementa o cardiologista.

Na ocorrência desses sintomas, e sempre que existir suspeita de rompimento de um aneurisma, é importante acionar a ajuda médica de imediato, alerta Valério Vasconcelos. “Ligue para o 192, ou leve a pessoa imediatamente para o hospital, para iniciar o tratamento adequado”, recomenda o médico.

Fatores que favorecem ocorrência de aneurisma cerebral

O médico Valério Vasconcelos lembra que a pressão alta descontrolada está entre os fatores que favorecem a ocorrência de aneurisma cerebral. Além da hipertensão sem controle, entram nessa lista: tabagismo, utilizar drogas, especialmente cocaína, consumir bebidas alcoólicas em excesso e ter histórico de aneurisma na família. No caso de Sharon Stone, a mãe e a avó da atriz também haviam sido diagnosticadas com aneurisma cerebral.

“Atualmente, a hipertensão não tratada é a principal causa de aneurismas cerebrais no mundo. Tratar a hipertensão, por sua vez, é uma das melhores formas de prevenção, pois também previne outras complicações”, reforça o especialista.

Autor dos livros “O coração gosta de coisas boas” e "Eletrocardiograma: um guia de bolso", Valério Vasconcelos ressalta que o exame de triagem para investigação de aneurisma cerebral é indicado em casos de familiares de primeiro grau com o diagnóstico da doença (pais, filhos, tios, irmãos, primos de primeiro grau), pois a chance de apresentar tal condição aumenta de 3% (risco da população geral) para 8%.

“Nesses casos, o exame de triagem, para investigar se há o problema, é bem indicado e deve ser realizado. Métodos de triagem muito usados são os exames de imagens que contrastam os vasos cerebrais, como a angioressonância e a angiotomografia”, afirma o cardiologista.

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