Comunidade da Indonésia vive com parentes mortos em casa até por anos
Segundo a crença local, após a morte, a alma permanece na casa em que a pessoa viveu
A comunidade Toraja, que habita a região montanhosa de Sulawesi do Sul, na Indonésia, mantém uma tradição peculiar que a torna única no mundo: os mortos convivem com os vivos. Segundo a crença local, após a morte, a alma permanece na casa em que a pessoa viveu, resultando em uma convivência única entre vivos e mortos.
De acordo com essa tradição, os cadáveres são tratados como se estivessem vivos. Eles são alimentados, bebem água, têm suas roupas trocadas e até mesmo fumam. Essa prática é seguida independentemente do tempo decorrido desde a morte, o que significa que alguns corpos estão mortos há décadas. Um exemplo notável é Songa, que mantém o hábito de fumar mesmo após 40 anos de falecimento.
Embora alguns desses corpos estejam em avançado estado de decomposição e exalem um cheiro desagradável, isso não impede que compartilhem o espaço das residências com outros moradores.
Para combater os odores desagradáveis associados aos defuntos, os familiares costumam estocar grandes quantidades de ervas. Em alguns casos, o uso de máscaras se torna inevitável. Os Toraja acreditam que, quanto mais o corpo do falecido é preservado, mais sorte a família obtém.
Muitos dos mortos passam o dia em camas, em algum aposento das casas, principalmente nas residências das famílias mais abastadas. Mesmo quando são finalmente enterrados, os defuntos não alcançam o tão almejado "descanso eterno". Parentes costumam abrir os túmulos em datas específicas para ter encontros com os falecidos, mantendo assim uma ligação única entre as gerações.
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