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Comunidade da Indonésia vive com parentes mortos em casa até por anos

Segundo a crença local, após a morte, a alma permanece na casa em que a pessoa viveu

Por Carlos Rocha Publicado em
Comunidade da Indonésia vive com parentes mortos em casa até por anos
Comunidade da Indonésia vive com parentes mortos em casa até por anos (Foto: Reprodução/ YouTube - BBC Brasil)

A comunidade Toraja, que habita a região montanhosa de Sulawesi do Sul, na Indonésia, mantém uma tradição peculiar que a torna única no mundo: os mortos convivem com os vivos. Segundo a crença local, após a morte, a alma permanece na casa em que a pessoa viveu, resultando em uma convivência única entre vivos e mortos.

De acordo com essa tradição, os cadáveres são tratados como se estivessem vivos. Eles são alimentados, bebem água, têm suas roupas trocadas e até mesmo fumam. Essa prática é seguida independentemente do tempo decorrido desde a morte, o que significa que alguns corpos estão mortos há décadas. Um exemplo notável é Songa, que mantém o hábito de fumar mesmo após 40 anos de falecimento.

Embora alguns desses corpos estejam em avançado estado de decomposição e exalem um cheiro desagradável, isso não impede que compartilhem o espaço das residências com outros moradores.

Para combater os odores desagradáveis associados aos defuntos, os familiares costumam estocar grandes quantidades de ervas. Em alguns casos, o uso de máscaras se torna inevitável. Os Toraja acreditam que, quanto mais o corpo do falecido é preservado, mais sorte a família obtém.

Muitos dos mortos passam o dia em camas, em algum aposento das casas, principalmente nas residências das famílias mais abastadas. Mesmo quando são finalmente enterrados, os defuntos não alcançam o tão almejado "descanso eterno". Parentes costumam abrir os túmulos em datas específicas para ter encontros com os falecidos, mantendo assim uma ligação única entre as gerações.

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