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Cientistas encontram evidências de um fundo universal de ondas gravitacionais

Descoberta abre novas perspectivas para o estudo do cosmos e das fusões de buracos negros

Por Carlos Rocha Publicado em
Cientistas encontram evidências de um fundo universal de ondas gravitacionais
Cientistas encontram evidências de um fundo universal de ondas gravitacionais (Foto: NASA)

Uma descoberta científica revolucionária foi anunciada por um grupo de cientistas nesta quarta-feira (28), revelando evidências de um fundo universal de ondas gravitacionais, que são ondulações no tecido do espaço-tempo. Essas ondas gravitacionais são criadas pelo movimento de objetos massivos, como buracos negros, à medida que eles se deslocam pelo universo.

Os cientistas, por meio do Observatório Norte-Americano de Nanohertz para Ondas Gravitacionais (NANOGrav), conseguiram detectar as ondulações de fundo, que possuem comprimentos de onda longos e permeiam todo o cosmos. Acredita-se que essas ondas tenham sido geradas ao longo de eras por buracos negros supermassivos, com uma massa até bilhões de vezes maior que a do nosso Sol, em um processo de órbita e fusão.

Detectar o fundo das ondas gravitacionais é comparado a ouvir o zumbido de uma grande multidão conversando em uma festa, sem ser capaz de distinguir vozes individuais. Essa descoberta é de extrema importância para o avanço do conhecimento sobre a criação e a propagação das ondas gravitacionais, bem como para o estudo das fusões de buracos negros supermassivos, eventos que podem ocorrer ao longo de milhões de anos e afetar a evolução das galáxias.

A colaboração do NANOGrav, que envolve mais de 190 cientistas dos Estados Unidos e Canadá, incluindo pesquisadores do Laboratório de Propulsão a Jato da NASA no sul da Califórnia e outros centros da NASA, coletou dados de alta precisão de radiotelescópios terrestres ao longo de mais de 15 anos para realizar essa descoberta inovadora.

Essa descoberta complementa a primeira detecção de ondas gravitacionais realizada em 2015 pelo Laser Interferometer Gravitational Observatory (LIGO), que captou sinais de buracos negros com aproximadamente 30 vezes a massa do nosso Sol, mas em comprimentos de onda muito mais curtos em comparação com a recente descoberta do NANOGrav.

A NASA está contribuindo para a missão Laser Interferometer Space Antenna (LISA), liderada pela Agência Espacial Europeia (ESA). Essa missão consiste em um observatório espacial que detectará ondas gravitacionais em uma faixa de comprimento de onda intermediária entre as detectadas pelo NANOGrav e pelo LIGO, abrindo novas perspectivas para o estudo dessas ondas e sua aplicação na compreensão do universo.

Essa descoberta científica representa mais um passo em direção ao desvendamento dos mistérios do cosmos e reafirma a importância das pesquisas sobre ondas gravitacionais para ampliar nosso conhecimento sobre o funcionamento do universo e sua evolução.



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