Burnout é uma das principais causas de afastamento do trabalho, diz pesquisa
Os afastamentos do trabalho devido ao Burnout aumentaram mais de 70% no ano passado
Uma pesquisa recente traz à tona uma situação alarmante no mundo corporativo brasileiro: quase 90% das empresas registraram casos de afastamento de funcionários devido a doenças mentais ao longo deste ano. Entre as principais causas desse afastamento está a síndrome de Burnout, um esgotamento mental relacionado ao trabalho.
A empresária Talita Mazzi Guimarães, que passou por essa experiência, descreveu a sensação de estar à beira de um ataque cardíaco antes de chegar ao trabalho. Ela, como muitos outros, percebeu que a busca pela força constante, especialmente entre mulheres, pode levar ao descontrole emocional e físico.
O psicólogo e professor da UFRJ Vitor Friary explica que a síndrome de Burnout ocorre quando uma pessoa enfrenta demandas excessivas em seu trabalho, muitas vezes em ambientes de alto desempenho, e começa a se sentir incapaz de lidar com essas pressões.
Os números do Ministério da Previdência Social corroboram essa tendência preocupante. Os afastamentos do trabalho devido ao Burnout aumentaram mais de 70% no ano passado, mesmo antes da crise da COVID-19. Especialistas destacam que um erro comum das empresas é focar apenas na produtividade de seus funcionários, ignorando a forma como cada indivíduo lida com o ambiente, colegas e demandas de trabalho.
A pandemia agravou ainda mais essa situação, tornando-a evidente. Uma plataforma digital de saúde revela que quase 90% das empresas brasileiras tiveram funcionários afastados devido a problemas de saúde mental neste ano. Ansiedade, depressão e estresse estão entre as principais causas desses afastamentos.
Alguns empregadores, como Amanda Almeida, diretora de uma empresa de contabilidade, estão buscando criar ambientes de trabalho mais acolhedores e conscientes das necessidades de seus colaboradores. Ela enfatiza a importância de as empresas olharem para seus funcionários não apenas como números de produtividade, mas como seres humanos que merecem apoio.
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