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Ataque cardíaco em jovens é realmente mais letal? Especialista explica

Dois supostos casos de infarto tiraram a vida de pessoas jovens nesta terça-feira (3), na capital paraibana

Por Carlos Rocha Publicado em
Hospital de Trauma de João Pessoa retoma visitas a pacientes internados
Hospital de Trauma de João Pessoa retoma visitas a pacientes internados (Foto: Arquivo/Portal T5)

Dois supostos casos de infarto tiraram a vida de pessoas jovens nesta terça-feira (3), na capital paraibana. Uma das vítimas era umhomem de 37 anos de idade, o outro, um rapaz de 23. Esses casos levantaram uma velha questão: quando o paciente é jovem as ocorrências de infarto são mais letais do que em pessoas não tão jovens?

Embora não existam estudos recentes, dados do Ministério da Saúde indicam que o número de vítimas de infarto no miocárdio com menos de 40 anos vem subindo gradualmente desde 2010. Do ano mencionado até 2019 houve um crescimento de cerca de 59% nas internações de pessoas de até 39 anos por infarto e de 9% nas mortes causadas pelo problema.

O cardiologista Glauber Fabião Signorini, diretor técnico do Instituto de Cardiologia - Fundação Universitária de Cardiologia (IC-FUC), explicou que apesar da incidência maior em pessoas acima dos 40 anos, ataques cardíacos podem ser mais letais nos mais jovens. Isso porque, apesar de terem normalmente mais força física que os mais velhos para suportar o infarto, os mais jovens não tem uma proteção chamada "circulação colateral".

"Chamamos de circulação colateral os pequenos vasos sanguíneos que surgem no coração para compensar a falta de irrigação causada por uma artéria entupida. Os mais jovens não têm esse tipo de proteção, portanto, o infarto tende a ser mais letal nessa faixa etária", explica.

Segundo o Ministério da Saúde, dos 56.399 brasileiros que morreram por causa de infarto agudo do miocárdio em 2017, 95,6% tinham mais de 40 anos. Por outro lado, entre aqueles com menos de 40 anos, a faixa entre 30 e 39 anos concentrou a maior parte dos casos (1.831).

Segundo Signorini, estima-se que 10% das vítimas morram na primeira hora após o infarto, portanto, essa proteção adicional (circulação colateral) é valiosa.

O especialista diz ainda que 93% dos casos de morte súbita - que ocorre nas primeiras 24 horas após um sintoma - são resultado de doenças isquêmicas agudas. Dores ou desconfortos no peito são os principais sintomas. Falta de ar, suor, dor nos dentes e palidez também devem ser observados.



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