Alopecia Areata: novo remédio contra queda de cabelo é aprovado pela Anvisa
A alopecia areata é uma condição que provoca a queda dos fios de cabelo, podendo ocorrer em falhas circulares e, em casos mais graves
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizou, pela primeira vez, a comercialização do medicamento Olumiant (baricitinibe) para o tratamento de casos graves da doença autoimune alopecia areata. Esta condição provoca a queda intensa de cabelo, sobrancelhas e cílios, impactando significativamente a qualidade de vida dos afetados.
O Olumiant, fabricado pela farmacêutica estadunidense Eli Lilly, já era utilizado legalmente para tratar outras enfermidades, como artrite reumatoide, dermatite atópica e Covid-19 grave. Entretanto, a Anvisa concedeu a permissão específica para a alopecia areata, recomendando seu uso em pacientes maiores de 18 anos.
Apesar da eficácia do medicamento, seu custo elevado, aproximadamente R$ 4 mil, pode restringir o acesso a alguns pacientes.
A alopecia areata é uma condição que provoca a queda dos fios de cabelo, podendo ocorrer em falhas circulares e, em casos mais graves, afetar todo o corpo, incluindo sobrancelhas. A causa exata da doença ainda é desconhecida, mas fatores como emocionais, quadros infecciosos, doenças autoimunes e genética podem contribuir para seu desenvolvimento. Vale ressaltar que a alopecia areata não é contagiosa.
O mecanismo de queda dos pelos nessa condição é desencadeado pelo ataque do sistema imunológico e moléculas inflamatórias aos folículos capilares. A pesquisa realizada pela Eli Lilly revelou que 40% dos entrevistados associaram a alopecia areata a palavras como constrangimento e ansiedade.
No universo das celebridades, a esposa do ator Will Smith, Jada Pinkett Smith, tornou-se um exemplo notável da doença ao aparecer careca durante a entrega do Oscar em 2022, sendo alvo de comentários ofensivos do comediante Chris Rock.
O Olumiant atua inibindo a enzima Janus quinase (JAK), relacionada aos ataques aos folículos capilares. A Anvisa baseou sua decisão em testes de fase 3, que envolveram 1,2 mil pacientes adultos com quadros graves da doença. Os resultados indicaram que, após 36 semanas de tratamento, um em cada quatro pacientes que tomaram a dose menor (2 mg) e um em cada três que tomaram a dose maior (4 mg) apresentaram melhorias significativas, cobrindo 80% ou mais do couro cabeludo.
A bula do Olumiant destaca a necessidade de continuar o tratamento por vários meses após alcançar o controle sustentado da doença. No entanto, o tempo exato de tratamento varia de acordo com o sistema biológico de cada paciente.
Ainda em andamento, os testes clínicos para avaliar a eficácia e segurança do Olumiant em pacientes menores de 18 anos esperam divulgar os primeiros resultados no segundo semestre de 2024. A alopecia areata, especialmente em crianças e jovens, representa um desafio significativo para a qualidade de vida, e a disponibilidade desse medicamento oferece uma nova perspectiva para o tratamento dessa condição.
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