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5 elementos que já podemos prever nas fake news sobre as eleições de 2022

Seguindo a análise sobre a desinformação eleitoral, Edgard Matsuki, editor do Boatos.org, lista cinco elementos que já identificamos nas notícias falsas relacionadas às eleições de 2022.

Por Renata Nunes Publicado em
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Com o processo eleitoral em andamento, é crescente o número de notícias falsas relacionadas ao período. Desde o início do ano, o site Boatos.org já desmentiu mais de 115 fake news sobre o tema. Com base no que foi apurado, é possível ter um diagnóstico do que virá de agora até outubro deste ano.

Assim, veja cinco elementos que já foram identificados na desinformação relacionada ao pleito de 2022.

1) Infelizmente, o processo eleitoral vai ser, novamente, atacado à exaustão

Histórias falsas sobre fraudes nas urnas eletrônicas, impedimento por parte do TSE de registro de idosos e sobre os próprios ministros do STF mostram que, infelizmente, simpatizantes mais radicais do presidente Jair Bolsonaro tendem a atacar o processo eleitoral com fake news.

É importante lembrar que, até o momento não há qualquer prova de que haja fraude no processo eleitoral brasileiro. Ou seja: a desinformação sobre o tema não passa de uma perigosa retórica política utilizada por este espectro.

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2) Fake news têm tentado minimizar resultados de pesquisas eleitorais

Outra retórica utilizada por bolsonaristas tende a atacar as pesquisas eleitorais. Como os números colocam Lula em primeiro lugar (em alguns casos como vencedor no primeiro turno), o que não tem faltado são notícias falsas sobre a qualidade ou idoneidade dos levantamentos.

Uma das estratégias utilizadas para apontar (de forma errônea) que as pesquisas “estão erradas” é a do “datapovo”. Vídeos, muitas vezes compartilhados fora de contexto, estão circulando com mensagens que apontam que seriam a prova de que pesquisas estão erradas. Só faltam duas coisas: 1) Apontar que um vídeo é de um recorte polarizado (ao contrário das pesquisas) não aponta para um todo. 2) Acertar o contexto das histórias em muitos casos.

3) TikTok e Kwai viraram ferramenta para criação de fake news

Uma das novidades em termos de desinformação nas eleições de 2022 será o uso de redes sociais “chinesas” como, por exemplo, o TikTok, o Kwai e o Helo, como ferramenta para disseminação de desinformação. Mais do que isso: funcionalidades como a dublagem também estão sendo utilizada que vídeos sejam retirados de contexto.

Como já falamos neste A Semana em Fakes, é importante que ficamos atentos não só a vídeos bombásticos em si. Se eles tiverem um “selo” de uma rede social chinesa, a chance de ele ser falso é considerável.

4) Temas sensíveis e religião voltam a tomar conta do debate

Ainda há um movimento tímido (pelo menos em comparação com a “mamadeira de piroka de 2018”) relacionado as fake news que tratam de temas sensíveis e religião. Porém, é provável (para não dizer “certo”) que histórias falsas feitas para angariar conservadores “inocentes” vão surgir por aí.

5) Novamente, fake news clássica do “voto nulo” não irá circular

Até 2016, uma das notícias falsas que mais circulavam em tempos de eleições era a que apontava que a votação seria anulada se 51% dos votos do pleito fossem nulos. Em 2018, essa fake news “sumiu do mapa”. Em 2022, o mesmo deve acontecer. O importante disso é a resposta para o “por que”.

A resposta é simples. Para o grupo que mais espalha notícias falsas, promover algo que incentive o “não-voto” não é algo estratégico. Em tempos de fake news polarizadas, o que menos algumas pessoas querem é que o voto nulo seja “patrocinado” (seja por informações reais ou falsas).

O Boatos.org promove  desde 2021 a seção “A Semana em Fakes”, com análises sobre assuntos relacionados a fake news. O conteúdo é publicado em veículos parceiros como o Portal Metrópoles e o Portal T5.



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