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Disputa eleitoral

Sérgio Queiroz confirma pré-candidatura a vice-prefeito de João Pessoa; Josival Pereira analisa

Anúncio foi feito em evento do Partido Novo em João Pessoa.

Por Cristiano Sacramento Publicado em
QUEIROGA E QUEIROZ
Na foto (da esquerda à direita): Marcelo Queiroga, Cabo Gilberto e Sérgio Queiroz

O pastor Sérgio Queiroz confirmou a pré-candidatura a vice-prefeito de João Pessoa pelo Partido Novo. O posto foi afirmado durante evento do partido, que reuniu lideranças na capital paraibana. Sérgio está na chapa de Marcelo Queiroga (PL). Ambos disputarão as Eleições 2024.

  • Josival Pereira, comentárista de política da TV Tambaú/SBT, analisa a decisão de Sérgio Queiroz e os arranjos políticos a partir disso (leia abaixo).

A apresentação do nome aconteceu em um hotel no bairro e Tambaú. Um dos presentes, inclusive, foi o presidente nacional do Partido Novo, Eduardo Ribeiro. Além dele se fizeram presentes pré-candidatos a vereador, a prefeito e a vice-prefeito em várias cidades do estado.

Nas redes sociais, o Cabo Gilberto Silva (PL) comemorou o anúncio. "AGORA É OFICIAL!! Pré-candidatos na capital de todos os paraibanos. Marcelo Queiroga e Sérgio Queiroz. Prefeito e Vice. Chapa definida agora no evento oficial do Novo. Direita unida é segundo turno rumo a vitória", escreveu.

Análise de Josival Pereira

Depois do encontro do partido Novo e da confirmação da candidatura do pastor Sérgio Queiroz a vice-prefeito na chapa do ex-ministro Marcelo Queiroga neste fim de semana, a direita conservadora bolsonarista está se resolvendo razoavelmente bem em João Pessoa para a disputa da eleição municipal. Conseguiu formar uma chapa praticamente inimaginável.

Por que uma chapa praticamente inimaginável?

Primeiro, em razão da ausência de atributos eleitorais comprovados  ao ex-ministro Queiroga. Testado nas urnas, e com sucesso, já que acabou sendo o candidato a senador mais votado em 2022 na Capital, com quase 234 mil votos, o pastor Sérgio seria, em qualquer partido ou esquema político, a primeira opção para a disputa das eleições deste ano. Trilhando a senda da antilógica, o bolsonarismo fez funcionar a amizade pessoal e  a fidelidade extremada para a definição do candidato. A crença é que Bolsonaro será o mágico condutor de votos para o ex-ministro da Saúde, uma solução a ser conferida no território eleitoral local, embora, nacionalmente, o bolsonarismo se mantenha em alta.

Depois, pelo quadro de conflitos internos que a direita bolsonarista experimentou em 2023. A pré-candidatura natural a prefeito, que era a do comunicador Nilvan Ferreira, dono de duas boas participações em eleições em João Pessoa, foi rifada e o PL (Partido Libera) se afundava em confusão. O deputado federal Cabo Gilberto foi alçado à presidência do diretório local da legenda e pouco tempo depois apeado por articulação do deputado Wellington Roberto, gerando um contexto de intensa troca de acusações entre os grupos divergentes.

A saída de Nilvan para Santa Rita e a pré-candidatura do deputado Walber Virgolino a prefeito em Cabedelo criaram as condições para a pacificação. Houve intervenção do próprio ex-presidente Jair Bolsonaro e, no novo quadro, o deputado Cabo Gilberto voltou ao comando do PL em João Pessoa com força estendida aos municípios da região metropolitana. As coisas foram, então, facilitadas.

Ainda não é possível mensurar o impacto que a exclusão de Nilvan causará na direita bolsonarista nas eleições em João Pessoa. A própria direita alivia, acredita que o bolsonarismo é a força maior e absorverá o eleitor do comunicador. Mas talvez seja aconselhável ponderar que Nilvan tem força pessoal no eleitorado, tendo passado para o segundo nas eleições de 2020 sem ainda ter se convertido ao bolsonarismo.

De qualquer forma, a unidade conseguida neste momento, mesmo que às custas da exclusão de Nilvan e da imposição de condição subalterna ao pastor Sérgio, dá ao PL e ao pré-candidato Marcelo Queiroga as condições supostamente ideais para o planejamento da campanha. Conseguirá entrar na disputa pela Prefeitura se reavivar a polarização de 2022. Sem a nacionalização da campanha, no entanto, a polarização pode não se repetir, o que dificultará os intentos de Queiroga e do bolsonarismo.



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