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Bolsonaro critica matéria sobre compra de imóveis com dinheiro vivo

A reportagem mostra que a família de Bolsonaro adquiriu 51 propriedades com pagamentos em espécie

Por Edcesar Oliveira Publicado em
Bolsonaro com o ministro do Trurismo, Gilson Machado, na garupa
Bolsonaro com o ministro do Trurismo, Gilson Machado, na garupa (Imagem: Alexandre Aroeira/Folha de Pernambuco)

O presidente Jair Bolsonaro (PL) ficou irritado quando questionado sobre uma reportagem do UOL sobre a compra de imóveis próprios em dinheiro vivo por parte de sua família. O fato aconteceu após sua participação numa sabatina promovida pela União Nacional do Comércio e dos Serviços (Unecs), nesta terça-feira (30), em Brasília.

Bolsonaro criticou mais uma vez a mídia nacional, mas alegou defender a liberdade de imprensa. “Podem continuar me criticando, sem problema nenhum. Apanho o tempo todo”, disse.

A reportagem do UOL mostra que a família de Bolsonaro adquiriu 51 propriedades com pagamentos em espécie ao longo das últimas três décadas. O presidente, irmãos e filhos negociaram 107 imóveis, dos quais pelo menos 51 foram adquiridos total ou parcialmente com uso de dinheiro vivo, segundo declaração dos próprios familiares entrevistados. As compras foram registradas nos cartórios com o modo de pagamento 'em moeda corrente nacional', expressão padronizada para repasses em espécie, totalizaram R$ 13,5 milhões.

O governante disse que não sabia "o que estava escrito na matéria", mas rebateu. "Qual é o problema de comprar com dinheiro vivo algum imóvel, eu não sei o que está escrito na matéria... Qual é o problema?".

Minutos antes, durante a sabatina da Unes, o presidente citou brevemente as reportagens. "Se formos punidos por fake news, iriam fechar muitos órgãos de imprensa. Sou o primeiro a defender a imprensa. Pode continuar me criticando sem problema nenhum. Fiquei sabendo que um órgão está fazendo levantamento dos meus imóveis desde 90 com minha família, inclusive vi que minha mãe, que faleceu, está no processo, dona Olinda, com 94 anos de idade", disse.

Segundo a matéria do UOL, as compras registradas nos cartórios com o modo de pagamento "em moeda corrente nacional", expressão padronizada para repasses em espécie, totalizaram R$ 13,5 milhões. Em valores corrigidos pelo IPCA, este montante equivale, nos dias atuais, a R$ 25,6 milhões.

Não é possível saber a forma de pagamento de 26 imóveis, que somaram pagamentos de R$ 986 mil (ou R$ 1,99 milhão em valores corrigidos) porque esta informação não consta nos documentos de compra e venda. Transações por meio de cheque ou transferência bancária envolveram 30 imóveis, totalizando R$ 13,4 milhões (ou R$ 17,9 milhões corrigidos pelo IPCA).

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