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Em denúncia ao Ministério Público, PSOL acusa Cabo Gilberto de "milícia política"

Há um mês, o parlamentar lidera um movimento que visa reduzir o efetivo de policiais nas ruas, segundo a denúncia

Por Carlos Rocha Publicado em
Em denúncia ao Ministério Público, PSOL acusa Cabo Gilberto de "milícia política"
Em denúncia ao Ministério Público, PSOL acusa Cabo Gilberto de "milícia política" (Foto: Reprodução/ Facebook - Twitter / Designer: Carlos Rocha)

Tárcio Teixeira, que foi presidente do PSOL na Paraíba, apresentou, nesta quarta-feira (26), uma denúncia que foi protocolada no Ministério Público Federal (MPF) contra o que chamou de "milícia política", que estaria sendo orquestrada pelo deputado estadual cabo Gilberto (PSL). Uma primeira denúncia já havia sido feita segunda-feira (24) ao Ministério Público do Estado (MPPB). Confira a denúncia na íntegra aqui

O último final de semana foi marcado por alguns ataques como tiros em locais públicos e também incêndio a um ônibus na capital paraibana. Isso seria fruto de uma sugestão dada, via aplicativos de mensagem, em áudios que foram atribuídos ao parlamentar paraibano.

Áudio vazado

O assunto foi destaque no jornal O Globo. Segundo a reportagem, o parlamentar, ligado ao bolsonarismo, insuflou policiais militares a aderirem a um movimento contra o governador João Azevêdo (Cidadania), a quem chamou de "inimigo". Ele estaria sugerindo ainda, segundo a publicação, que os agentes entreguem os plantões extras e, se estiverem de folga, "ajudem a sociedade", o que incluiria atirar em criminosos.

As informações sobre as denúncias feitas por Tárcio Teixeira aos ministérios públicos foram dadas por ele mesmo em uma coletiva nesta quarta-feira (26). Na ocasião, ele mostrou prints de uma lista de policiais que, mesmo dispostos a trabalhar, estariam sendo desencorajados por ordem de Gilberto.

"Polícia Legal"

Há um mês, o parlamentar bolsonarista lidera um movimento batizado de “Polícia Legal”, que visa reduzir o efetivo de policiais nas ruas do estado. Isso seria uma estratégia, de acordo com a reportagem do O Globo, de desidratar o governo estadual. Em um dos áudios atribuídos ao parlamentar, o governador João Azevêdo (Cidadania) é chamado de “inimigo da polícia” e é mencionado que “socialista não gosta de polícia”.

Tárcio afirmou que o MPF irá apurar os últimos acontecimentos na Paraíba que classificou de ataques contra as Instituições Democráticas. O ex-candidato a governador também disse que esta foi a mais grave denúncia que fez em sua trajetória política.

O outro lado

O deputado Cabo Gilberto não se manifestou sobre a denúncia de Tárcio Teixeira até a publicação desta matéria, no entanto, em suas redes sociais, rechaçou as informações do jornal O Globo, o que chamou de "ataques com Fake News".

O parlamentar usou seu perfil também para fazer uma crítica a parte da imprensa local que repercutiu o caso: "Uma parte da impresa da Paraíba é uma vergonha, mentem descaradamente para agradar o governador. Prestam um desserviço ao povo, desinformando criando narrativas para justificar o injustificável. Lembrando que a folha da comunicação é o dobro do gasto com os policiais! Vai vendo", escreveu.

O governador

O governador da Paraíba, João Azevedo, se manifestou sobre o movimento de pequenos grupos dentro da Polícia Militar que estariam envolvidos com o movimento "Polícia Legal", mesmo após as constantes negociações acerca de melhorias salariais e de condições de trabalho.

O governador da Paraíba mencionou que qualquer reivindicação salarial é legítima e democrática, desde seja feita dentro dos limites da Lei e da Ordem. Ele afirmou que não vai tolerar que grupos minoritários comprometam o clima de segurança e estabilidade e que tomará providências para coibir atos de indisciplina e quebra de hierarquia.

Comandante da PMPB

O comandante da Polícia Militar da Paraíba, coronel Euller Chaves, quando questionado sobre possíveis punições aos que estariam realizando esses movimentos, disse que a maior parte dos profissionais são conscientes do seu dever e que a minoria que estiver fora da legalidade deve ficar a cargo da justiça militar e da corregedoria.

"Nós trataremos os homens da Polícia Militar com todo respeito que são em sua grande maioria profissionais conscientes de seu dever, conscientes das obrigações e responsabilidade pública, meritórios por reconhecimento público. Mas aqueles que não estejam na linha, que são poucos, que saiam da legalidade, do respeito à disciplina, do respeito às autoridades constituídas, terão a lei como apanágio de suas condutas irregulares com a tolerância zero por parte do Estado", disse Euller.



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