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Queiroga se contradiz sobre vacinação de crianças e vídeo viraliza

Em entrevista, ministro havia declarado que a inclusão de crianças no PNI dependia da aprovação da Anvisa.

Por Dennison Vasconcelos Publicado em
CPI da Pandemia: Marcelo Queiroga deve ser convocado pela terceira vez
CPI da Pandemia: Marcelo Queiroga deve ser convocado pela terceira vez (Foto: PR/Divulgação)

O governo federal inicia nesta quinta-feira (23) a consulta pública para que a população se manifeste sobre a vacinação de crianças contra Covid-19 no Brasil. Marcelo Queiroga demonstra cautela sobre a imunização autorizada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). De acordo com o paraibano, as questões devem ser analisadas no “âmbito técnico” e ao “âmbito do Ministério da Saúde”. No entanto, em entrevista à Rede Tambaú de Comunicação (RTC), em novembro, o ministro declarou que a inclusão desse público no Programa Nacional de Imunizações (PNI) dependia da aprovação da agência reguladora, que ocorreu há sete dias. O vídeo com a fala do médico viralizou e foi vista como contraditória nas redes sociais.

No estúdio da TV Tambaú, o jornalista Daniel Lustosa comentou a nota do Instituto Butantan sobre a efetividade da CoronaVac para crianças e perguntou a previsão do início da vacinação para o público infantil. Marcelo Queiroga disse: "Primeiro ponto, tem que buscar o registro na Anvisa. Não adianta só o Butantan ficar dizendo isso nas redes sociais. A maneira de se mostrar ciência é publicando nas revistas científicas. Análise de pares. Vai lá, mostra os dados para a Anvisa, tá lá o Antonio Barra Torres, é o presidente da Anvisa, doutora Meiruze e os outros diretores. Eles vão analisar. E, uma vez aprovado, a vacina, para qualquer faixa etária, se considera dentro do Programa Nacional de Imunizações".

Após a aprovação, Queiroga sugeriu que não teria pressa em incluir a nova faixa etária no PNI. O presidente Jair Bolsonaro (PL), criticou a decisão e prometeu divulgar os nomes dos profissionais da agência que haviam liberado o imunizante. Dias depois, a Anvisa acionou a Polícia Federal após servidores receberem ameaças.

No dia 18 de dezembro, Queiroga comentou novamente o assunto. "Esse tipo de avaliação da Anvisa tem como foco verificar questões relativas à segurança e à eficácia dentro do contexto estudado e apresentado pela indústria farmacêutica. A introdução do produto em âmbito de política pública requer uma análise mais aprofundada. No caso desses imunizantes, a análise é feita com apoio da Câmara Técnica de Assessoramento em Imunização (CTAI). Ela foi criada por uma lei de 1975, não é nenhuma novidade dentro do sistema regulatório brasileiro”, afirmou.

Outra contradição

Um dia após a autorização da Anvisa, Marcelo Queiroga, disse, em coletiva de imprensa, que integrantes da Câmara Técnica de Assessoramento em Imunização (CTAI) precisariam se reunir e realizar novas análises para decidir sobre a imunização desta faixa etária. No dia seguinte, a CTAI reafirmou o posicionamento da Anvisa e emitiu nota com posicionamento favorável à vacinação de crianças de 5 a 11 anos de idade com o imunizante da Pfizer.

“Tendo em vista o recente parecer favorável por parte da ANVISA em relação ao pedido de autorização para aplicação da vacina desenvolvida pela fabricante Pfizer na população pediátrica entre 5 e 11 anos de idade no Brasil, a CTAI COVID-19 manifestou-se unanimemente favorável à sua incorporação na campanha nacional de vacinação, em reunião ordinária realizada no dia 17 de dezembro de 2021”, diz a nota.

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