CPI da COVID: o que é essencial saber até aqui?
Houve a interferência de questões pessoais e ideológicas no debate sanitário durante a pandemia
Ultimamente, no Brasil, vivemos um quadro de instabilidade em diversos setores da sociedade, desde a esfera política, passando pelo quadro econômico e até a questão sanitária, diretamente relacionada com questões ideológicas.
A interferência de questões pessoais e ideológicas no debate sanitário durante a pandemia foi tamanha que hoje vemos a realização de uma CPI voltada especificamente para crimes, irregularidades e irresponsabilidades cometidas pelo governo federal durante este período.
A CPI conta com depoimentos de diversas figuras, como:
- Médicos
- Promotores
- Políticos
- Representantes comerciais
- Empresários
A fim de entender a efetividade do governo em combater a pandemia e, principalmente em relação à escândalos ideológicos, como a recomendação de medicamentos sem eficácia, efeitos colaterais absurdos causados pela vacinação e diversos outros.
O andar da CPI vem nos mostrando como escrever um relato de experiência é narrar a situação por você vivida, de modo que o interrogatório jurídico será conduzido ao longo do processo, visando esclarecer durante o processo, quaisquer dúvidas e suspeitas de irregularidades.
No dia 13 de abril de 2021, mais especificamente em uma terça-feira, Rodrigo Pacheco, o presidente do senado, anunciou em público a instauração da CPI da COVID-19.
De acordo com o texto publicado por Pacheco, o grande objetivo da CPI é compreender ações errôneas e omissões do governo federal durante este período.
Também, investigar o colapso sanitário no estado do Amazonas faz parte dos objetivos centrais da CPI da COVID.
Mas, do dia 13 de abril até o presente momento, muitas coisas ocorreram na CPI e diversos debates e declarações já foram realizadas.
Com este contexto em mente, vamos analisar juntos na reportagem de hoje como a CPI da COVID vem se desenrolando ao longo destes 8 meses.
O que a Prevent Senior tem a ver com tudo isso?
A acusação primária contra a Prevent Senior, fora diversas outras que foram sendo realizadas ao longo da CPI, foi a de manipulação de dados a fim de omitir o número de mortes em um estudo sobre a hidroxicloroquina, a fim de embasar sua eficácia.
No dia 22 de setembro, quarta-feira, a CPI ouviu os depoimentos do diretor-executivo da Prevent Senior, para saber como começar um relato de experiência sobre as acusações que a gigante da saúde vinha sofrendo.
De acordo com a plataforma da Revista Nexo, em uma publicação realizada em meados do depoimento, existem alguns pontos-chave para entender o escândalo no qual a Prevent Senior está inserida:
- Estudo fraudulento
- Ligação com o presidente Jair Bolsonaro
- Ameaças aos denunciantes do estudo
- Omissão na causa das mortes no estudo
- Defesa do uso de tratamento precoce
- Descrédito à CPI e ao dossiê que denunciava o grupo
Portanto, a Prevent Senior foi diretamente responsável pela divulgação de dados fraudulentos e um estudo cuja finalidade seria manipular a população em prol de seus próprios interesses financeiros e ideológicos.
A constante alteração de Ministros da saúde durante a pandemia
Desde o início da pandemia, muito antes da instauração da CPI da COVID, há uma rotatividade extremamente alta no que diz respeito ao Ministério da Saúde.
Até hoje, contamos com quatro Ministros da Saúde que deixaram e ingressaram no governo de maneira turbulenta:
- Luiz Henrique Mandetta
- Nelson Teich
- Eduardo Pazuello
- Marcelo Queiroga
Conforme afirmam diversos pesquisadores, cientistas, educadores e especialistas, a troca de ministros de forma tão rápida escancarou a falta de preparo do governo com o avanço da pandemia.
Contudo, a mais absurda de todas estas trocas foi a nomeação de Eduardo Pazuello, que é General da Reserva e não possui absolutamente nenhuma relação com a medicina.
Além disso, Mandetta e Teich se afastaram do cargo de forma voluntária, devido a diferenças ideológicas diretas com o gabinete do presidente Jair Bolsonaro.
É essencial tocar neste ponto para entender quais são os crimes os quais Pazuello está sendo acusado na CPI da COVID, visto que nos últimos meses este foi um dos nomes mais presentes e polêmicos de toda a CPI.
O relatório final da CPI da COVID
Há praticamente um mês, o relator da CPI da COVID, o senador Renan Calheiros anunciou a publicação da versão final do relatório da CPI, em um documento de aproximadamente 1300 páginas que pondera o indiciamento do presidente Jair Bolsonaro por nove crimes distintos, que vão desde infrações comuns até crimes de responsabilidade.
Fora o presidente Jair Bolsonaro, também foram indiciadas outras 77 pessoas no relatório final da CPI, incluindo seus filhos Carlos, Flávio e Eduardo.
Para a oficialização do relatório e, como muitos participantes da esfera pública defendem, seu envio para o Tribunal Internacional de Haia, falta apenas o procurador geral da república, Augusto Aras, cumprir com seu papel e protocolar os detalhes restantes.