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Crise hídrica

Ministro sugere diminuir uso de chuveiro elétrico e ar-condicionado

Bento Albuquerque pediu esforço de consumidores brasileiros.

Por Dennison Vasconcelos Publicado em
Bento Albuquerque, ministro de Minas e Energia também é almirante de esquadra brasileiro.
Bento Albuquerque, ministro de Minas e Energia também é almirante de esquadra brasileiro. (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Em pronunciamento na noite dessa terça-feira (31), o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, alertou os consumidores sobre a atual crise hídrica sentida pelo Brasil. O gestor do governo bolsonaro pediu o uso de chuveiros elétricos, ar-condicionados e ferros de passar durante a manhã e aos fins de semana.

A conta de luz fica mais cara no país a partir desta quarta-feira (1º). A medida anunciada pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) segue até abril de 2022. O reajuste acontece por causa da criação de uma nova bandeira tarifária, chamada de bandeira de escassez hídrica. A taxa extra será de R$ 14,20 para cada 100 kilowatt-hora (KWh) consumidos.

Durante o comunicado, Albuquerque pediu esforço de consumidores residenciais e comerciais para redução de gastos, que, segundo ele, podem promover “redução média de 12% no consumo residencial equivaleria ao suprimento de nada menos que 8,6 milhões de domicílios. Podemos conseguir até mais, eliminando todo o desperdício no consumo de energia, desligando luzes e aparelhos que não estão em uso, aproveitando mais a luz natural, reduzindo a utilização de equipamentos que consomem muita energia, como chuveiros elétricos, condicionadores de ar e ferros de passar. E o mais importante, dando preferência para o uso desses equipamentos durante o período da manhã e aos finais de semana", disse.

Veja o vídeo:

Veja o pronunciamento completo:

Em junho passado, compartilhei informações importantes sobre a seca que o País tem enfrentado, a pior da história do Brasil, e sobre a preocupante escassez de água que atinge nossas hidrelétricas. Trata-se de um fenômeno natural que também ocorre, com a mesma intensidade, em muitos outros países.

Hoje, eu me dirijo novamente a todos para informar que a nossa condição hidroenergética se agravou. O período de chuvas na região Sul foi pior que o esperado. Como consequência, os níveis dos reservatórios de nossas usinas hidrelétricas das regiões Sudeste e Centro-Oeste sofreram redução maior do que a prevista. Esta perda de geração hidrelétrica equivale a todo o consumo de energia de uma grande cidade como, por exemplo, o Rio de Janeiro, por cerca de 5 meses.

Para enfrentarmos essa situação excepcional e garantir o fornecimento de energia, estamos utilizando todos os recursos disponíveis e tomando medidas extraordinárias. Com pouca água nos reservatórios das hidrelétricas, tivemos que aumentar, significativamente, a geração de energia nas nossas termelétricas e estamos importando energia de países vizinhos.

Como todos os recursos mais baratos já estavam sendo utilizados, esta eletricidade adicional proveniente de geração termelétrica e de importação de energia custará mais caro.

Além disso, para aumentarmos nossa segurança energética e afastarmos o risco de falta de energia no horário de maior consumo, é fundamental que a administração pública, em todas as suas esferas, e cada cidadão-consumidor, nas residências e nos setores do comércio, de serviços e da indústria, participemos de um esforço inadiável de redução do consumo.

O empenho de todos nesse processo é fundamental para que possamos atravessar, com segurança, o grave momento energético que nos afeta, para atenuar os impactos no dia a dia da população e também para diminuir o custo da energia.

Estabelecemos medidas de incentivo à participação da sociedade nesse esforço conjunto, a exemplo do que outros países fazem. O Governo já orientou a redução do consumo dos órgãos federais em 20%.

Incentivamos os grandes consumidores a contribuir com a redução voluntária do consumo nas horas de ponta do sistema, reduzindo a necessidade de uso de recursos mais caros. Incentivamos igualmente os consumidores residenciais, comerciais e de serviços a também participar desse esforço.

A título de exemplo, uma redução média de 12% no consumo residencial equivaleria ao suprimento de nada menos que 8,6 milhões de domicílios.

Podemos conseguir até mais, eliminando todo o desperdício no consumo de energia, desligando luzes e aparelhos que não estão em uso, aproveitando mais a luz natural, reduzindo a utilização de equipamentos que consomem muita energia como chuveiros elétricos, condicionadores de ar e ferros de passar.

E o mais importante: dando preferência para o uso desses equipamentos durante o período da manhã e nos finais de semana. Os consumidores que aderirem a este chamado e economizarem energia, serão recompensados e poderão ter redução na sua conta de luz.

Necessitaremos recuperar nossos reservatórios. Isso vai levar tempo, pois dependemos, além do empenho de todos nós, também, das chuvas. É por isso que, nesse momento de escassez, precisamos, mais do que nunca, usar nossa água e nossa energia de forma consciente e responsável.

Com esse esforço, aliado ao conjunto de medidas que o governo federal vem adotando, seremos capazes de enfrentar essa conjuntura desafiadora. Uma conjuntura que será tão mais favorável quanto mais rápida, intensa e abrangente for a mobilização da sociedade para enfrentá-la.

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