Ministro do STF critica confusão administrativa no Ministério da Saúde
"Ele não se saiu muito bem", disse o magistrado sobre Pazuello
O ministro do Supremo Tribunal Federal Gilmar Mendes criticou a gestão do ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, no enfrentamento à pandemia de coronavírus no Brasil. Até agora, mais de 251 mil brasileiros morreram vítimas da Covid-19.
Em entrevista ao SBT News, ao ser questionado qual é o peso que a gestão de Pazuello tem para que o país chegasse a essa situação, Mendes disse que o Brasil teria sido poupado de desacertos e perplexidades se não houvesse tanta confusão administrativa e política.
"Claro que menos confusão administrativa e política teria nos poupado de uma série de desacertos e perplexidades. A mim me parece que esse é um pouco inequívoco", afirmou o ministro, ao citar a situação de Manaus.
A capital amazonense passou por crise recente na rede pública de saúde. Hospitais começaram a sofrer com falta de oxigênio e muitas pessoas morreram asfixiadas.
O ministro do STF afirmou que outros políticos que não tinham formação da área de saúde desempenharam boas gestões à frente do Ministério da Saúde e citou o caso de José Serra, que comandou a pasta no governo de Fernando Henrique Cardoso.
Fez essa declaração já que, assim como Serra, Pazuello também não é da área médica. O atual ministro da Saúde é general da reserva do Exército e atuava na área de logística.
Para Mendes, o posto exige que o titular seja bom gestor. E afirmou que, aparentemente, Pazuello não é.
"É uma área estratégica. É uma área tão estratégica que, no governo FHC, o presidente colocou talvez um dos seus quadros mais competentes no Ministério da Saúde, que foi o ministro Serra. Que não tinha formação na área de saúde. Mas era um gestor considerado notável. Aqui não se exigia do general formação na área de saúde. Mas que fosse bom gestor. E aparentemente ele não se saiu muito bem desse quadro", disse.