Diretores dedicam exibição de 'Bacurau' a Lula em festival de Nova York
"É um prazer estar aqui nesta noite. É um momento muito especial para nós e quero dedicar essa exibição a Luiz Inácio Lula da Silva", disse, minutos antes da exibição, Juliano Dornelles, codiretor do longa ao lado de Kleber Mendonça Filho.
ALBERTO PEREIRA JR.
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Com gritos e faixas de "Lula Livre" e momentos de catarse coletiva, Nova York se transmutou, por algumas horas, em São Paulo, Rio de Janeiro -e, quem sabe, Recife?-, nesta terça-feira (1º), com a estreia de "Bacurau" na 57ª edição do festival de cinema da cidade americana.
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"É um prazer estar aqui nesta noite. É um momento muito especial para nós e quero dedicar essa exibição a Luiz Inácio Lula da Silva", disse, minutos antes da exibição, Juliano Dornelles, codiretor do longa ao lado de Kleber Mendonça Filho.
"Ele está na prisão agora, mas nós o queremos de volta", referiu-se ao ex-presidente condenado a oito anos, dez meses e 20 dias de encarceramento, em decorrência da operação Lava Jato.
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Diante de uma plateia lotada no complexo cultural Lincoln Center, em Manhattan, Mendonça enalteceu a experiência coletiva que é o cinema. "'Bacurau' estar em cartaz, nesse momento, no Brasil, é algo importante."
Pouco mais de um mês desde a sua estreia, o filme já arrecadou cerca de R$ 700 mil em bilheteria, segundo o Filme B, portal que monitora esse tipo de dado no país. E ocupa, atualmente, a nona posição entre os mais vistos nos cinemas nacionais.
Durante a exibição, o público não economizou em reações emocionadas, como risos e palmas. Quando os créditos finais surgiram na tela, a audiência -majoritariamente brasileira- aplaudiu de pé. Também estavam presentes as atrizes Sônia Braga e Barbara Colen, além de outros produtores e atores.
Kleber Mendonça Filho ratificou o sertão nordestino como paisagem clássica do cinema nacional desde os tempos do cinema novo e neste roteiro -cuja gestação se iniciou há dez anos- trocou o isolamento pela conexão.
"Estivemos sempre conectados, talvez procrastinando. Acompanhando as redes sociais, a imprensa, as mídias eletrônicas. Podíamos sentir a temperatura do que estava acontecendo. Nos Estados Unidos, Donald Trump foi eleito. O golpe, que algumas pessoas chamam de impeachment no Brasil, também aconteceu. Todas essas coisas se tornaram elementos para trabalharmos no filme", disse.
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