Flávio, Carlos e Eduardo têm rede de fake news com 1.500 perfis, diz Joice
Segundo a deputada, os filhos do presidente mantêm funcionários que criam perfis falsos em redes sociais, como Instagram, WhatsApp e Twitter.
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SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) - Carlos, Eduardo e Flávio Bolsonaro são líderes de uma rede especializada em campanhas de difamação e notícias falsas usando aplicativos de mensagens. A afirmação é da deputada federal Joice Hasselmann (PSL), que sempre trocou ataques com os filhos do presidente e recentemente se tornou alvo preferencial do clã.
Segundo a deputada, que conversou com o UOL antes de gravar o programa "Roda Viva", da TV Cultura, os filhos do presidente mantêm funcionários que criam perfis falsos em redes sociais, como Instagram, WhatsApp e Twitter.
A atuação dos filhos de Jair Bolsonaro (PSL) se daria, de acordo com Joice, por meio de ao menos 1.500 perfis falsos que alimentam uma rede propulsora de informações, a chamada "milícia digital", nas palavras da parlamentar. "Não é só fake news, mas também campanhas de difamação".
Ela afirma que fará denúncia ao Ministério Público e apresentará queixa na Comissão de Ética da Câmara dos Deputados. "Não vou ficar apanhando e ficar quieta."
Procuradas, as assessorias de comunicação de Flávio, Eduardo e Carlos não atenderam às ligações da reportagem para apresentar o ponto de vista dos três sobre o assunto.
Já no Roda Viva, Joice declarou que "nunca houve tanta interferência de uma família dentro de um poder" como existe no governo do presidente Jair Bolsonaro.
Ela disse que concorda com uma declaração feita pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) no início deste ano, quando opinou que o governo de Bolsonaro é a "volta de um tipo de monarquia".
"Eu não só concordo [com FHC] como disse a mesma coisa. Disse ao presidente: 'Me ajude a te ajudar'. Esse tipo de fazer um puxadinho do Palácio do Planalto familiar não vai funcionar, isso não é bom para ninguém. Nunca houve tanta interferência de família dentro de um poder, nem na época do Sarney. Isso é perigoso para o país", afirmou.
PARTINDO PARA O ATAQUE
"As pequenas crises do PSL vêm desde a transição", afirma Joice. "Mourão (vice-presidente) foi atacado, Santos Cruz (ex-ministro da Secretaria de Governo) foi atacado, Bebbiano (ex-ministro-chefe da Secretaria Geral da Presidência)... Ter funcionários de agentes públicos, pagos com dinheiro do contribuinte, temos uma questão".
A deputada afirma que chegou ao limite na relação com os filhos de Jair Bolsonaro, porém diz manter sua relação com o presidente, inclusive trocando mensagens via WhatsApp.
ELEIÇÕES 2020
O morde-assopra na briga interna do PSL tem motivo: o polpudo fundo eleitoral para as eleições que se avizinham. Joice é publicamente candidata à Prefeitura de São Paulo, mas agora se vê atacada dentro do próprio partido.
"O PSL nacional está comigo", garante. Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), que tem trocado mensagens agressivas com a deputada, preside o partido no estado de São Paulo.