“Ideologia de gênero é coisa do capeta”, diz Bolsonaro em 'Marcha para Jesus'
Presidente ainda pediu ao governador do DF que não introduza esse tema nas escolas
“Família é homem e mulher”, essa foi uma das frases ditas pelo presidente Jair Bolsonaro na edição 2019 da 'Marcha para Jesus' no Distrito Federal, que aconteceu neste sábado (10). O chefe do Palácio do Planalto disparou declarações contra a ideologia de gênero e a imprensa.
Durante o evento, ele criticou as chamadas “famílias múltiplas”, como denominou famílias que fogem do padrão "pai, mãe e filhos". Bolsonaro reclamou da atuação de governos anteriores ao “acolher esse tipo de coisa”, se referindo a políticas de apoio a grupos homossexuais.
“Se querem que eu acolha isso, apresentem uma emenda à Constituição e mudem o artigo. Como não tem como emendar a Bíblia, vou continuar acreditando nisso. Família é homem e mulher”, repetiu.
O presidente pediu ainda que o governador do DF, Ibaneis Rocha (MDB), não introduzisse nas escolas temas como “ideologia de gênero”.
“Não existe essa coisa de ideologia de gênero. Isso é coisa do capeta. O Governo do DF não vai aceitar isso no ensino”, apostou.
Apesar do discurso inflamado, Bolsonaro garantiu não haver discriminação na atual administração, conduzida por ele.
“Não discriminamos ninguém. Não temos preconceito. As leis existem para defender as maiorias. As minorias que não prejudicam ninguém, vai ser feliz (sic)”, afirmou.
Bolsonaro voltou a dizer que, apesar de o Estado ser laico, o presidente é cristão.
“Esquerdalha nojenta. O estado é laico, mas eu, Jonnhy Bravo, sou cristão”, finalizou.
O presidente, na sequência, agradeceu o apoio dos evangélicos ao seu governo.
“Além do milagre da minha vida, temos o milagre da minha eleição. O apoio dos evangélicos foi decisivo”, avaliou.
Bolsonaro falou sobre algumas das suas medidas, deixando de fora, porém, a principal delas: a reforma da Previdência, aprovada em segundo turno na Câmara dos Deputados nesta semana.
Em seguida, o mandatário do Executivo abordou medida recente do governo que retirou a obrigação de empresas publicarem balanços em jornais. “Ninguém lê aquilo. As pessoas se modernizam. Não é retaliação”, disse.