"Idiotas úteis', "imbecis" e "massa de manobra", diz Bolsonaro sobre manifestantes
A quarta-feira (15) foi marcada por manifestações contra o corte no orçamento das universidades em todo Brasil
Ao enfrentar, à distância, a primeira paralisação nas ruas contra seu governo, o presidente Jair Bolsonaro disse nesta quarta-feira (15), em Dallas, nos Estados Unidos, que o bloqueio de verbas na educação é necessário e que os manifestantes que protestam em todo o país ‘são uns idiotas úteis’, ‘uns imbecis’ e ‘massa de manobra’.
“É natural, é natural. Agora… a maioria ali é militante. É militante. Não tem nada na cabeça. Se perguntar 7 x 8 não sabe. Se perguntar a fórmula da água, não sabe. Não sabe nada. São uns idiotas úteis, uns imbecis que estão sendo utilizados como massa de manobra de uma minoria espertalhona que compõe o núcleo de muitas universidades federais do Brasil”, afirmou Bolsonaro. As informações são do jornal O Globo.
Ao chegar na porta do hotel, o presidente foi questionado por jornalistas sobre os cortes anunciados de 30% do orçamento das instituições federais de ensino, que vão impactar também nos investimentos da educação básica.
Ele respondeu que não são cortes, mas problemas. “Peguei um Brasil destruído economicamente. Esse mês, não tem dinheiro, então, tem que contingenciar. Agora, eu gostaria que nada fosse contingenciado. Em especial, a educação”, comentou.
O dirigente criticou ainda o desempenho dos estudantes brasileiros, referindo-se às provas do Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa). “A educação também está deixando muito a desejar no Brasil. Você pega as provas do Pisa, que eu peguei agora, de três em três anos, de 2000 pra cá, cada vez mais ladeira abaixo.”
O Pisa é uma iniciativa de avaliação comparada, aplicada de forma amostral a estudantes matriculados a partir do 7º ano do ensino fundamental na faixa etária dos 15 anos, em países membros da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) com o apoio de uma coordenação nacional em cada país participante. No Brasil, a coordenação do Pisa é responsabilidade do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep).
Homenagem e encontro com Bush
Nesta viagem aos Estados Unidos, Bolsonaro receberá uma homenagem e tem encontro agendado na tarde desta quarta-feira com o ex-presidente norte-americano, George W. Bush. Além de Bush, o presidente brasileiro pode se encontrar com o governador do Texas, Greg Abbot, o prefeito de Dallas, Mike Rawlings, e o senador texano Ted Cruz.
Bolsonaro está sendo acompanhado por uma comitiva de cinco ministros: Ernesto Araújo (Relações Exteriores), Paulo Guedes (Economia), Bento Albuquerque (Minas e Energia), Santos Cruz (Secretaria de Governo) e Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional). Além deles, os governadores do Acre, Gladson Cameli (PP), e de São Paulo, João Doria (PSDB), também acompanham o presidente da República.
Ainda compõem a comitiva brasileira os deputados Hélio Lopes (PSL-RJ), Marco Feliciano (Pode-SP), o presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães, e o secretário-executivo da Casa Civil, José Vicente Santini.
Amanhã (16), Bolsonaro será homenageado como personalidade do ano pela Câmara de Comércio Brasil-Estados Unidos, em almoço organizado pelo World Affairs Council de Dallas/Fort Worth, que contará com a presença de 120 empresários norte-americanos.
Anteriormente, essa homenagem seria entregue em evento na cidade de Nova York, mas o governo brasileiro cancelou a agenda na cidade após críticas do prefeito nova iorquino, Bill de Blasio, a visita de Bolsonaro.
No mesmo dia, Bolsonaro concederá uma entrevista ao World Affairs Council de Dallas/Fort Worth e termina o dia fazendo uma transmissão ao vivo em sua página no Facebook. O embarque de volta será na noite de quinta. A previsão é que a comitiva presidencial desembarque de volta em solo brasileiro na manhã de sexta-feira (17).
Com informações de O Globo e Agência Brasil