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"Brasil é ingovernável fora de conchavos", diz Bolsonaro em texto compartilhado

O artigo relatava a pressão que o presidente sofre de "corporações". Mais tarde, um ex-candidato a vereador filiado ao partido Novo assumiu a autoria do texto

Por Redação T5 Publicado em
JAIR BOLSONARO PARTICIPA DE ENCONTRO

O presidente Jair Bolsonaro compartilhou com aliados nesta sexta-feira (17), em grupos de mensagem, no WhatsApp, um texto que relata a pressão que sofre de "corporações" e pinta um futuro político e econômico caótico para o Brasil.

Na mensagem, Bolsonaro não somente endossou o conteúdo do artigo como também afirmou que trata-se de uma "leitura obrigatória" para quem se preocupa em "antecipar os fatos", como uma prévia do que pode acontecer futuramente.

A princípio, a autoria do texto era desconhecida. Contudo, na noite desta sexta-feira, o ex-candidato a vereador do Rio de Janeiro, Paulo Portinho, de 46 anos, filiado ao partido Novo, afirmou ao jornal Folha de São Paulo ter escrito o artigo compartilhado pelo presidente.

O conteúdo, que surpreendeu e gerou inquietação entre os aliados e membros do Governo Bolsonaro, desenvolvia a ideia de que o país sempre foi governado pelo interesse de corporações, como políticos, servidores, juízes e empresários, mas "nunca pelos interesses dos eleitores".

Desta forma, apresentando a tese de que Bolsonaro não faz "conchavos" com esses grupos, conclui que o Brasil é "ingovernável".

O autor ainda indaga sobre qual seria, de fato, o poder do presidente e alega que, tendo ele todas as ações "questionadas pela Justiça e pelo Congresso", as decisões de Bolsonaro não servem "para nada".

Questionado sobre o compartilhamento do artigo, Jair Bolsonaro respondeu, por meio do porta-voz da presidência, que está se esforçando para governar o Brasil, mas que está desagradando certos grupos. Afirmou ainda que precisa da ajuda da sociedade para colocar o "país de volta ao trilho".

O Governo também tem se esforçado para desfazer um mal entendido gerado pelo presidente em uma entrevista, concedida na semana passada. Na ocasião, Bolsonaro havia declarado que firmara um compromisso com Sérgio Moro para indicá-lo ao Supremo Tribunal Federal, quando houvesse uma vaga.

O ministro da Justiça, por sua vez, negou veementemente que tenha feito qualquer acordo.

No entanto, com base na fala do presidente, a oposição passou a questionar a posição de Moro no julgamento de Lula, alegando que o então juiz teria agido politicamente no caso do ex-presidente, como forma de cumprir a suposta promessa.

Nesta quinta-feira (16), durante uma transmissão na internet, o presidente voltou a comentar sobre o tema, apresentando, porém, uma nova versão da história. "Não teve nenhum acordo, nunca ninguém me viu com o Moro. Quem me acompanhou ao longo de quatro anos, pelo Brasil, eu sempre fala o quê? Precisamos de alguém no Supremo com o perfil de Sérgio Moro", esclareceu.

Além de Bolsonaro, o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, também abordou o assunto, em mais uma tentativa de desfazer o mal-estar no Planalto. "Não há nenhum brasileiro que não gostaria de ver o ministro Sérgio Moro no Supremo Tribunal Federal. O presidente Bolsonaro é tão fão do ministro como todos nós somos. Eu acho que é uma coisa absolutamente natural que ele tenha se expressado dessa maneira", argumentou Onyx.



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