Ricardo diz que prefeitura criou problema e fugiu da solução; Cartaxo acusa governador de fazer circo político
A chegada do grupo pernambucano Ferreira Costa gerou “incômodo” na classe política do estado e será analisada com a presença do Ministério Público.
O impasse entre a prefeitura de João Pessoa e o governo da Paraíba no caso da instalação do home center na capital se tornou caso de justiça. A chegada do grupo pernambucano Ferreira Costa gerou “incômodo” na classe política do estado e será analisado na presença do Ministério Público, através do promotor José Farias Leite.
Leia mais: Grupo Ferreira Costa protocola novo projeto para instalação de home center em João Pessoa
“Daqui pra terça-feira (19) será realizada uma reunião. Os ‘atores’ serão convidados hoje e estarão sentados em uma mesa de conciliação. Criaremos um ambiente de resolução entre os atores e esse é um dos princípios para que a comunicação seja estabelecida”, informou.
+ Vereador diz que oposição quer transformar instalação de home center em assunto político
Recentemente, a prefeitura embargou o projeto alegando a falta de critérios técnicos durante a execução. O assunto provocou descontentamento do governador Ricardo Coutinho (PSB), que, nesta quinta-feira (14) aproveitou o encontro com o procurador e representantes políticos para se posicionar sobre a situação. Inicialmente, Ricardo falou sobre o saldo da reunião inicial.
+Para presidente da ALPB, prefeitura está atrapalhando instalação de home center
“É extremamente positivo, primeiro porque chegamos a conclusão do óbvio: não há qualquer impedimento para esse embargo, absolutamente nenhuma. Eu tive acesso ontem, através de uma pessoa na prefeitura, já que os documentos são públicos, acessei um documento do procurador datado em 20 de novembro que opina pela suspensão do embargo e o outro de um fiscal do município que diz que não há motivos para o embargo. Ou seja, como é que você caça a licença de supressão vegetal e de preparos de solos e a construção do muro, que era isso que estava sendo feito, sob o argumento de uma suposta obra, mas ainda não havia obra”, explicou.
Para Coutinho, o prefeito de João Pessoa, Luciano Cartaxo (PSB), está desrespeitando a população.
“Se o prefeito tivesse consideração e respeito com a população, a gente teria resolvido isso hoje. Ele não veio, a prefeitura não se fez presente. Criaram um problema e fugiram da solução, infelizmente”. “Só nessa obra que foi embargada, foram 56 trabalhadores demitidos, 30 máquinas estavam trabalhando e esse número ia quadruplicar com a construção do prédio propriamente dito. E no mês de outubro, nós teríamos uma loja integrando de 400 a 500 pessoas. Qual é o problema nisso?”, questionou.
“O Ministério Público assumiu a condução do processo e já chama tanto a empresa quanto a prefeitura que vai restabelecer o estado de direito”, finalizou.
Cartaxo acusa governador de fazer circo político
O prefeito da capital, Luciano Cartaxo (PSD), justificou a ausência no encontro por motivos de incompatibilidade em sua agenda. Também disse que a reunião não tinha finalidade prática.
“O convite do governador não teve a finalidade prática de resolver o problema, até por que não foi discutido, em nenhum momento durante a reunião, a solução. Esse problema diz respeito à prefeitura e a empresa. O Governo do Estado não estabeleceu nenhum incentivo fiscal para que a empresa se instalasse na capital. Ela veio por que enxergou uma condição de lucro muito grande em função do poder econômico que a cidade tem hoje”, destacou.
Para o gestor da capital, o governador fez o que chamou de "circo político".
“Eu já tinha uma agenda programada há bastante tempo. Eu estava numa escola municipal fechando o ano letivo. Trata-se de uma escola com o IDEB muito importante, nota 7.3, acima do IDEB das escolas públicas do Nordeste inteiro e tinha esse compromisso e preferi cumpri-lo, mas sempre deixando o diálogo como marca da nossa gestão, respeitando as empresas que querem se instalar na cidade. Agora, sem necessidade de criar um circo político, como o que foi feito hoje, onde na prática não saiu nenhuma alternativa desse encontro, além da disputa política que é a marca do governador”, ponderou.
Obras do home center devem gerar cerca de 500 empregos
Representantes do Grupo Ferreira Costa se comprometeram, na tarde desta quinta-feira (14), em reapresentar o projeto construtivo para instalação de uma unidade na capital paraibana. Durante o encontro, a empresa garantiu que vai fornecer toda a documentação solicitada pela administração municipal, atendendo à legislação do município e do Comando da Aeronáutica (COMAER).
O diretor do grupo, Guilherme Ferreira Costa, reforçou o interesse da Prefeitura de João Pessoa em atrair o empreendimento, gerando 500 novos empregos. O Grupo garantiu que vai apresentar os documentos necessários para o projeto construtivo, em um dos terrenos, e também de compactação do solo em uma área anexa, que ainda depende da autorização do Comando da Aeronáutica para edificação, em função da proximidade do Aeroclube.