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Temer e membros do governo se recusam a levantar para Moro em evento de homenagem ao juiz

O constrangimento marcou a cerimônia, em que Moro foi premiado como o brasileiro de 2017 pela revista Isto É.

Por Redação T5 Publicado em
Evento temer moro

Um evento realizado na noite desta terça-feira (5) em São Paulo colocou, lado a lado, o juiz Sergio Moro, responsável pelas decisões em primeira instância da Lava Jato no Paraná, e diversos políticos citados na operação e em outras investigações sobre corrupção, entre eles o presidente Michel Temer (PMDB).

O constrangimento marcou a cerimônia, em que Moro foi premiado como o brasileiro de 2017 pela revista Isto É. Temer e alguns membros de seu governo se recusaram a levantar quando o magistrado foi premiado.

Diferentemente do que ocorreu em 2016, na solenidade deste ano o magistrado evitou contato com os políticos. Na festa do ano passado, em que também foi um dos premiados da noite, Moro foi fotografado durante uma conversa animada com o senador Aécio Neves (PSDB-MG), que meses depois seria um dos principais alvos da delação da JBS e teria até um pedido de prisão feito pela Procuradoria-Geral da República.

Na festa de hoje, Sergio Moro dividiu palco com Temer e o ministro Moreira Franco (PMDB), ambos denunciados por corrupção passiva pela PGR; com o prefeito de Salvador, ACM Neto (DEM), e o candidato ao governo de São Paulo em 2012 Paulo Skaf (PMDB), ambos citados na delação da Odebrecht; e o presidente do Senado, Eunicio Oliveira (PMDB-CE), alvo de inquérito no STF (Supremo Tribunal Federal).

O prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), o senador Alvaro Dias (Podemos-PR), o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles (PSD), e o apresentador Luciano Huck também estavam no palco, entre outros convidados e homenageados.

Quando Moro foi chamado para receber seu prêmio, Temer, Moreira Franco, Meirelles e Eunicio não se levantaram para aplaudir a consagração do juiz.

No discurso, Moro apontou condutas a serem adotadas para pôr fim à "corrupção sistêmica" no país. Defendeu, mais uma vez, que condenados na segunda instância devam ser presos, assunto que será retomado no STF. O juiz sugeriu inclusive que o presidente Temer deveria adotar esse tema como "política de Estado".

"Mas eu diria que mais que uma questão de justiça, é questão de política de estado. Eu queria dizer para o presidente Temer utilizar o seu poder para influenciar que esse precedente jurídico não seja alterado", disse.

O magistrado pediu que Temer tome tal atitude, caso o STF mude o entendimento sobre a prisão em segunda instância.

Responsável pelos processos da Lava Jato na primeira instância, Moro também afirmou que eram necessários mais recursos do governo federal para a Polícia Federal e órgãos de combate à corrupção. Após fazer o pedido a Temer, Moro disse que os recursos poderiam ser liberados por Henrique Meirelles, também presente.

"Pedindo a devida vênia ao ministro Meirelles, vejo que os investimentos são necessários para o refortalecimento da Polícia Federal. O investimento do Estado contra a corrupção traz seus frutos", disse.

Com informações de Uol



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