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Vice-prefeito fala em decepção e rompe com prefeita na Paraíba; gestora rebate

Por Redação T5 Publicado em
Marcialucena temistoclesfilho Conde PB

O vice-prefeito de Conde, no Litoral Sul da Paraíba, Temístocles Filho (PEN), rompeu com a prefeita Márcia Lucena (PSB). Ambos trocaram farpas nas redes sociais, com notas de esclarecimento.

Temístocles falou em decepção e falta de espaço para atuar na gestão. Márcia rebateu e disse que o vice nunca quis trabalhar diretamente nas questões da prefeitura e que lhe foi dada a Secretaria de Saúde, que ele rejeitou assumir.

Veja a nota na íntegra do vice-prefeito.


Boa noite a todos,

É com imensa tristeza e decepção que comunico a vocês meu afastamento oficial dessa estrutura de gestão da qual tentei contribuir nesses últimos 9 meses.

Então, a partir de hoje desejo boa sorte a todos vcs, mas vou cumprir apenas minha função constitucional de vice-prefeito, pois a função executiva foi gradativamente podada.

Para os que não são da cidade, ou não conhecem a história política verdadeira dela, gostaria de dizer que há exato 1 ano emprestei meu nome, o nome do meu pai e da minha família num projeto que acreditei ser o melhor para o Conde, dediquei-me, fiz questão de tentar participar ativamente, mas os rumos foram distorcidos daquilo que foi prometido em campanha.

Novamente, desejo sorte a todos que continuam, mas dou por encerrada minha permanência no esse modelo de gestão.

Infelizmente saio extremamente decepcionado, mas saio pela porta da frente e de cabeça erguida, pois uma coisa que aprendi com meu pai foi ter respeito por todos. (sic)


A prefeita Márcia Lucena rebateu, duramente, o vice-prefeito e disse que ele sempre rejeitou participar ativamente da gestão. A gestora ainda descreveu que "[...] crise só existe na consciência do próprio vice-prefeito e que é resultante de sua incapacidade de honrar o compromisso assumido perante o eleitorado [...]"

Veja a nota de Márcia Lucena, na íntegra.


Esclarecimento à Opinião Pública

O anunciado afastamento do vice-prefeito eleito de Conde é uma decisão que agride frontalmente o projeto político de transformação ao qual nos dedicamos a construir juntos desde a campanha.

É também irresponsável por tentar transparecer à opinião pública e ao eleitorado uma suposta crise político-administrativa, crise só existe na consciência do próprio vice-prefeito e que é resultante de sua incapacidade de honrar o compromisso assumido perante o eleitorado e às forças políticas que nos elegeram. Que fique claro que ele se recusou permanentemente a participar diretamente das decisões políticas e administrativas mais importantes da Prefeitura de Conde em nome de seus interesses particulares.

E é uma decisão decepcionante, por revelar a fraqueza de quem não se dispõe a enfrentar os desafios que a gestão e as necessidades do município nos impõem.

Pactuamos, ainda durante a campanha vitoriosa, que ao vice-prefeito caberia, a partir da nossa posse, orientar diretamente as ações da saúde.

O vice-prefeito, no entanto, recusou o cargo de secretário, mas indicou a esposa para a função de secretária-adjunta, o que lhe garantiria uma inserção direta e permanente às instâncias de decisão.

Posteriormente, a esposa assumiu o cargo de secretária de Saúde, ampliando ainda mais o espaço a ele destinado para a tomada de decisões da política pública de atendimento à população de Conde.

Durante esse período, mantivemos um diálogo permanente, compatível com os laços de amizade que estabelecemos, as decisões foram discutidas e compartilhadas, mesmo com ele à distância, envolvido em seus afazeres de médico e de dono de hospital em outro município.

Alegando incompatibilidade com a agenda da Secretaria de Saúde, a secretária, esposa do vice-prefeito, pediu exoneração do cargo e o nome indicado para substituí-la foi considerado adequado tanto pelo vice-prefeito quanto pela ex-secretária.

Este “afastamento” de supostas “funções executivas”, as quais ele nunca exerceu, decorre de sua incapacidade de rejeitar as práticas de um passado que o Conde precisa superar por terem sido danosas aos interesses públicos, mas nunca esquecer para que não sejam repetidas.

Lamentável esse desfecho em desfavor de um jovem que poderia contribuir para a renovação das lideranças em Conde, e que confirma a fragilidade de quem acredita na política enquanto processo de acomodação de interesses e não enquanto força para transformar para melhor a vida das pessoas.

Márcia Lucena, Prefeita de Conde (sic)



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