Filha de casal morto em SP e namorada estão presas em celas separadas
Os carcereiros também não permitem que elas fiquem juntas no pátio, para evitar que possam combinar a versão de seus depoimentos à polícia
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Ana Flávia Menezes Gonçalves, 24 anos, e sua namorada Carina Ramos, 31, estão detidas em celas separadas, na carceragem do 7º DP de São Bernardo do Campo (ABC), desde o último dia 29, quando a prisão temporária de ambas foi decretada pela Justiça.
Elas são acusadas de envolvimento na morte da família de Ana Flávia. O pai dela, Romuyuki Gonçalves, a mãe, Flaviana e o irmão, Juan, foram encontrados carbonizados em um carro na divisa entre Santo André e São Bernardo do Campo (ABC), no último dia 28.
A reportagem apurou que a distância entre as celas é de aproximadamente sete metros. Apesar disso, elas se comunicam o dia todo, gritando uma para a outra. Ana Flávia e Carina fazem juras de amor e mostram preocupação, perguntando a todo momento se a outra está bem ou se já comeu a refeição, por exemplo.
Nos primeiros dias de cárcere, ambas ficaram mais quietas e choravam bastante, segundo fontes ouvidas pela reportagem.
As duas também têm direito a banho de sol, feito no pátio da carceragem, que pode durar entre uma e três horas. "Mas, nestes últimos dias, por causa da chuva, elas ficaram trancafiadas quase o dia todo. Só saem para prestar depoimento", afirmou uma fonte.
Os carcereiros não permitem que ambas fiquem juntas no pátio, para evitar que possam combinar a versão de seus depoimentos à polícia.
Além de Ana Flávia e Carina, há mais duas mulheres presas na carceragem. A acusação de ambas, porém, não foi informada.
O advogado das acusadas, Lucas Domingos, esteve no local nesta quarta-feira (5). Ele as acompanhou no novo depoimento que prestam no COI, em São Bernardo do Campo.