91,4% das vítimas de homicídios na Paraíba são negras, aponta Atlas da Violência
Negros paraibanos têm 6,6 mais chances de serem assassinados, conforme pesquisa realizada pelo Ipea.
Kewenny Samuel da Silva Carneiro, 19 anos, assistia a uma partida de futebol quando foi atingido com um tiro na cabeça e outro no tórax, na última sexta-feira (2), no bairro Alto das Populares, no município de Santa Rita, na Grande João Pessoa.
De acordo com a Polícia Civil, ninguém foi preso e o caso segue sem conclusão.
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Apesar do crime que tirou a vida de Kewenny Samuel ter acontecido neste ano, o perfil do jovem vítima fatal da criminalidade é recorrente, segundo os dados de 2017, verificados pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) em parceria com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública e divulgados pelo Atlas da Violência de 2019. Na Paraíba morrem mais jovens negros, do sexo masculino.
Em 2017, 1.341 homicídios foram registrados na Paraíba, 33,9 mortes violentas por 100 mil habitantes. Entre as vítimas, o número alarmante de 1.227 eram de pessoas negras, cerca de 91,4%.
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O índice de negros mortos no estado é de 46,4 por 100 mil habitantes, maior que a média nacional, de 43,1. O índice de não negros mortos no mesmo período foi de 7,1 (96 pessoas), menor que a média do país, de 16.
Entre os mortos entre 15 e 29 anos, foram anotados 709 crimes, sendo 668 do sexo masculino.
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Apesar de serem minoria entre os assassinatos, segundo o estudo, as mulheres negras também são alvos do crime, em comparação com as brancas. No mesmo ano que foram mortas 88 mulheres, apenas 12 não eram negras.
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