Pesquisadores da UEPB visitam foz do rio Jaguaribe para análise neste sábado (29)
A visita, que ocorrerá a partir das 8h, faz parte de um cronograma do Projeto Ecológico de Longa Duração – Rio (PELD-Rio) e do Programa de Pesquisa da Biodiversidade (PPBio), com foco na biodiversidade e nas condições ambientais dessas regiões

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Um grupo de oito pesquisadores do Centro de Ciências Biológicas e da Saúde (CCBS) da UEPB estará em João Pessoa na manhã deste sábado (29) para realizar um estudo na área de maceió na foz do Rio Jaguaribe, entre as praias do Bessa, em João Pessoa, e Intermares, em Cabedelo. A visita, que ocorrerá a partir das 8h, faz parte de um cronograma do Projeto Ecológico de Longa Duração – Rio (PELD-Rio) e do Programa de Pesquisa da Biodiversidade (PPBio), com foco na biodiversidade e nas condições ambientais dessas regiões.
O PELD-Rio realiza um monitoramento de longo prazo das condições de ecossistemas, como o Rio Paraíba, em um estudo que abrange desde sua nascente até sua desembocadura. Já o PPBio monitora a biodiversidade de áreas de mangue e restinga, sendo o estudo deste sábado focado especificamente na área da foz do Rio Jaguaribe.
A pesquisa se destaca pela comparação entre áreas impactadas e preservadas. No caso do Rio Paraíba, os pesquisadores comparam com o Rio Mamanguape, enquanto as áreas de mangue e restinga são comparadas com locais semelhantes das regiões Sul e Sudeste do Brasil.
O professor Etham Barbosa, responsável pela pesquisa, destacou que o estudo não só analisa as características físicas e químicas da água, mas também a biodiversidade. Ele frisou a importância desse aspecto, muitas vezes negligenciado em outras pesquisas. “As pessoas tratam essas áreas como ambientes degradados, como um rio morto, principalmente por priorizar o aspecto humano, mas sem considerar a diversidade de vida que existe ali. Esses são, na verdade, espaços valiosos”, afirmou Barbosa.
A foz do Rio Jaguaribe foi recentemente marcada por um incidente que gerou grande preocupação ambiental. No último dia 17 de março, uma mancha escura com mau cheiro atingiu a área próxima às praias do Bessa e Intermares. A Superintendência de Administração do Meio Ambiente (Sudema) informou que a água apresentou características típicas de áreas de mangue, como a cor e o odor específicos, além da presença de coliformes, indicando possível contaminação por esgoto, mas sem níveis alarmantes. O órgão também mencionou a relação entre o fenômeno e o acúmulo de matéria orgânica no local, que libera gases como o sulfeto de hidrogênio (H₂S), responsável pelo mau cheiro.
A Sudema orienta que banhistas evitem o contato com a água nas proximidades da foz do Rio Jaguaribe e continua a monitorar a balneabilidade da área, com o intuito de investigar possíveis lançamentos clandestinos de esgoto. O projeto Praia Limpa está sendo implementado para combater a poluição na região e proteger o ambiente costeiro.