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meio ambiente

Relatório da UFPB alerta para contaminação das águas do rio Jaguaribe

Amostra foi coletada no dia 17 de março, data em que uma mancha escura foi registrada no mar da região

Por Redação T5 Publicado em
Despejo substancia na praia
Relatório da UFPB alerta para contaminação das águas do rio Jaguaribe (Foto: @JAMPAPARADISE)
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Um parecer técnico elaborado pelo Departamento de Engenharia Química da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) revelou uma contaminação severa na água do Rio Jaguaribe, em João Pessoa. O estudo, coordenado pela professora Vivian Stumpf Madeira, analisou uma amostra coletada pelo Movimento Esgotei no dia 17 de março, data em que uma mancha escura foi registrada no mar da região.

A análise avaliou 25 parâmetros de qualidade da água, comparando os resultados com a Resolução nº 357 do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA), que define padrões para a classificação dos corpos hídricos. A foz do Rio Jaguaribe é classificada como classe 3, o que significa que sua água deveria atender a padrões mínimos de qualidade para determinados usos.

Resultados alarmantes

Os resultados indicaram valores preocupantes:

  • Oxigênio dissolvido: 1,47 mg/L, abaixo do mínimo esperado de 4 mg/L, o que pode provocar mortandade de peixes e caracterizar um "rio morto" para a fauna aquática.
  • Coliformes fecais: Presença de Escherichia coli em 15.360 NMP/100mL, enquanto o limite para água própria para banho é de 2.000 NMP/100mL.
  • Fósforo total: 0,65 mg/L, ultrapassando o limite de 0,15 mg/L.
  • Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO): 265 mg/L, valor mais de 25 vezes superior ao padrão permitido para um rio de classe 3, que é de 10 mg/L.

Os testes também apontaram a presença de nitrogênio orgânico e amoniacal, sugerindo que a contaminação é recente. Além disso, foram detectadas substâncias provenientes de esgotos domésticos, excrementos de animais e detergentes.

Impacto e medidas necessárias

O estudo destaca a necessidade de monitoramento constante da qualidade da água e de medidas urgentes para recuperar o ecossistema da região. A professora Vivian Stumpf Madeira ressalta que é fundamental que órgãos ambientais e autoridades competentes atuem em conjunto para reduzir o lançamento de poluentes e garantir a segurança hídica.

A Superintendência de Administração do Meio Ambiente (Sudema), órgão responsável pela gestão ambiental da Paraíba, também se manifestou sobre o ocorrido. Em comunicado oficial, a Sudema confirmou que a mancha na água possui características típicas de áreas de mangue, mas destacou que a presença de coliformes fecais indica a necessidade de investigar possíveis fontes de contaminação, incluindo lançamentos clandestinos de esgoto.

A Sudema orientou que banhistas evitem o contato com a água em um raio de 100 metros à direita e à esquerda do ponto de vazamento, reforçando a importância da continuidade do monitoramento da balneabilidade.

A Sudema está implementando o projeto Praia Limpa para investigar e combater a poluição nas águas do Rio Jaguaribe. O órgão garante que as análises serão feitas semanalmente para verificar a qualidade da água e tomar medidas de prevenção e recuperação ambiental.



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