Prefeito Bruno Cunha Lima comenta morte de mãe que perdeu bebê durante parto no ISEA
Durante coletiva, gestor afirmou que há indícios de que Danielle apresentava uma condição clínica anterior não diagnosticada

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O prefeito de Campina Grande, Bruno Cunha Lima (União Brasil), concedeu uma entrevista coletiva nesta quarta-feira (26) para tratar da morte de Danielle Morais, mãe do bebê Davi Elô, que faleceu após o parto no início de março na maternidade do Instituto de Saúde Elpídio de Almeida (ISEA), no município.
Danielle morreu nesta terça-feira (25), no Hospital Municipal Pedro I, vítima de um Acidente Vascular Cerebral (AVC) hemorrágico, conforme informado pela Secretaria de Saúde. A paciente estava internada desde o início de março, após complicações graves no parto que resultaram na morte do bebê e na retirada do útero.
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Durante a coletiva, Bruno Cunha Lima afirmou que há indícios de que Danielle apresentava uma condição clínica anterior não diagnosticada, possivelmente de origem genética. Segundo ele, esse fator pode ter contribuído para a sequência de complicações enfrentadas pela paciente.
“O histórico clínico da paciente é essencial para o entendimento do que aconteceu. Por essa razão, a Secretaria de Saúde procurou a Polícia Civil, requisitando a ampliação da investigação e a realização de exames mais aprofundados. Há fortes indícios de que Danielle apresentava uma condição clínica anterior não diagnosticada, possivelmente genética”, declarou o prefeito.
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O gestor ainda destacou que "não é comum para uma mulher de 38 anos apresentar tantas complicações em série, incluindo gestação de alto risco, abortos espontâneos, morte fetal, ruptura uterina grave, trombose arterial e, por fim, um AVC hemorrágico." Durante a internação no Pedro I, Danielle foi encaminhada a uma consulta com uma médica geneticista, iniciando um processo de investigação dessa possível condição genética.
Relembre o caso
O caso ganhou repercussão após um relato do pai do bebê, Jorge Elô, publicado nas redes sociais no dia 11 de março. Ele denunciou suposta negligência médica e violência obstétrica durante o parto de Danielle.
Segundo Jorge, a companheira enfrentava tromboembolismo e fazia uso de anticoagulantes. O parto foi induzido no ISEA no dia 28 de fevereiro com comprimidos intravaginais e, posteriormente, com infusão intravenosa. Durante o procedimento, Danielle apresentou sinais de desconforto, que teriam sido minimizados pelos profissionais de saúde. A medicação foi aumentada, e a paciente passou mal antes de desmaiar. Encaminhada para cirurgia de emergência, o bebê já estava sem vida, e Danielle teve o útero removido devido a um rompimento uterino.
Diante da situação, ele registrou um boletim de ocorrência.
Investigação e medidas adotadas
A Secretaria Municipal de Saúde de Campina Grande, responsável pelo ISEA, informou que uma sindicância interna foi aberta para apurar o caso. Segundo o secretário de Saúde, Carlos Dunga Júnior, a equipe de profissionais envolvidos foi afastada.
No dia 12 de março, o Ministério Público da Paraíba (MPPB) também abriu uma investigação para apurar a denúncia de negligência médica no ISEA. O caso também está sendo analisado pelo Conselho Regional de Medicina (CRM) e pelo Conselho Regional de Enfermagem (Coren).
A promotora de Justiça Adriana Amorim, que atua na defesa da saúde pública, destacou que a investigação foi iniciada de ofício devido à grande repercussão do caso nas redes sociais. “O Ministério Público solicitou que a Secretaria Municipal de Saúde, o CRM e o Coren realizem sindicâncias para investigar o ocorrido”, afirmou.
A Polícia Civil segue com a investigação para esclarecer as circunstâncias que levaram às mortes de Davi Elô e Danielle Morais.