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Paraíba registrou 893 mortes no trânsito em 2024, aponta diretora do Detran-PB

Roberta Neiva foi entrevistada pelo jornalista Josival Pereira no programa Tambaú Debate

Por Carlos Rocha Publicado em
Roberta neiva presidente de operacoes de transito paraiba
Paraíba registrou 893 mortes no trânsito em 2024, aponta diretora do Detran-PB
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A violência no trânsito na Paraíba continua sendo um problema de grandes proporções, refletindo não apenas no aumento de acidentes e na letalidade viária, mas também na necessidade de revisão de políticas públicas para fiscalização e educação. Apesar do Código de Trânsito Brasileiro estar em vigor há quase 30 anos, apenas 38 dos 223 municípios paraibanos têm a gestão do trânsito municipalizada, o que reflete na ineficiência da aplicação das leis de trânsito.

De acordo com a diretora de operações do Detran-PB, Roberta Neiva, somente em 2024, foram registradas 893 mortes no trânsito no estado, o que equivale a mais de duas vítimas fatais por dia. O Centro Integrado de Comando e Controle da Segurança Pública (CICC) contabilizou quase 13 mil sinistros em vias estaduais, federais e urbanas. O número de vítimas socorridas para os hospitais de trauma de João Pessoa e Campina Grande também impressiona: quase 22 mil pessoas precisaram de atendimento médico após acidentes, com 17 mil casos envolvendo motocicletas. Motociclistas também representam 75% das mortes registradas no trânsito paraibano.

As cidades com maior incidência de mortos e feridos são João Pessoa, Campina Grande, Guarabira, Patos, Sousa e Cajazeiras, justamente os municípios com maior população e volume de tráfego. No passado, parte da culpa era atribuída ao aumento do número de mototaxistas, mas hoje, o crescimento do setor de entregas por motocicletas é apontado como um dos fatores que impulsionam os sinistros. No entanto, é um dado que precisa ser melhor investigado pela Polícia Civil, que, ao abrir um inquérito por morte no trânsito, pode trazer à tona informações essenciais para as estatísticas do Detran-PB e da Secretaria de Segurança. Atualmente, não há dados concretos sobre quantos acidentes envolvem trabalhadores de aplicativos ou mototaxistas.

Mesmo assim, Roberta Neiva reforça que a moto não pode ser demonizada, tampouco as atividades profissionais que a utilizam. O que precisa ser combatido é a falta de fiscalização e educação, que levam a cenas assustadoras, como quatro ou até cinco pessoas em uma motocicleta, incluindo crianças e animais de estimação. Situações como essa são comuns em todo o estado e precisam deixar de ser normalizadas, da mesma forma que o cigarro foi desestimulado no passado.

Velocidade segue como principal infração

A redução da velocidade tem sido uma medida eficaz para reduzir os acidentes de trânsito em diversas cidades, com limite máximo de 50 km/h em vias urbanas e 100 km/h em rodovias. Apesar disso, o excesso de velocidade ainda é a campeã de infrações no estado. Em 2024, foram registradas 150 mil multas, sendo a maioria por desrespeito ao limite de velocidade. Outras infrações comuns incluem não usar cinto de segurança, capacete e desrespeitar a sinalização, como placas de "Pare".

O tema da campanha nacional de trânsito para 2025 será "Desacelere: seu bem maior é a vida", enfatizando a necessidade de conscientização para reduzir o número de sinistros.

Desafios estruturais para motociclistas

O Brasil ainda não se preparou adequadamente, do ponto de vista legislativo e urbanístico, para o aumento significativo do número de motocicletas. Enquanto leis tentam se adaptar à nova realidade, a engenharia de trânsito segue atrasada. As ruas e rodovias continuam com a mesma modelagem de décadas passadas, sem levar em consideração a necessidade de infraestrutura específica para motociclistas.

Em conferências mundiais, urbanistas defendem que, antes de construir uma via, devem ser levados em conta questões sociais, econômicas e de comportamento no trânsito. Contudo, no Brasil, muitas estradas são feitas sem esse planejamento, resultando em sinistros mesmo nas rodovias mais modernas.

Para Roberta Neiva, educação e fiscalização são os pilares para a mudança no trânsito. "O primeiro passo é educar. Se não funcionar, a fiscalização precisa ser rigorosa", afirma. A expectativa é que, em 2025, a Paraíba apresente números positivos na redução de mortes e acidentes.

Enquanto isso, cabe a cada motorista, motociclista e pedestre refletir sobre sua responsabilidade no trânsito, lembrando que o bem mais valioso é a vida. "Você precisa voltar inteiro para casa. Alguém está esperando por você", finaliza a diretora do Detran-PB.



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