Empreendedorismo feminino no Brasil: avanços e desafios para a igualdade no mercado
Dados do Sebrae apontam que 47,7% das empreendedoras são negras, 58,2% são chefes de família e 41,9% possuem ensino médio completo
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Na Semana da Mulher, o cenário do empreendedorismo feminino no Brasil reflete avanços, mas também desafios estruturais. Dados do Sebrae apontam que 47,7% das empreendedoras são negras, 58,2% são chefes de família e 41,9% possuem ensino médio completo. A maioria tem entre 30 e 49 anos (49,9%). A principal motivação para empreender é a busca por independência financeira (45,1%), seguida pela necessidade de conciliar trabalho e família (31,7%).
Apesar do crescimento, obstáculos permanecem. Mulheres enfrentam maior dificuldade no acesso a crédito, menor faturamento médio em comparação aos homens e sobrecarga na dupla jornada, dedicando mais tempo às tarefas domésticas e ao cuidado com a família. Uma pesquisa do Sebrae de 2023 mostrou que essa realidade impacta diretamente o desenvolvimento de seus negócios.
A disparidade também se reflete na inovação e na expansão empresarial. Mulheres ainda encontram mais barreiras para inserir tecnologia em seus negócios e escalar suas empresas. Segundo o Sebrae, empreendimentos liderados por mulheres têm menor taxa de crescimento do que os de homens, evidenciando a necessidade de políticas públicas e programas específicos para ampliar o acesso a capacitação e recursos financeiros.
Iniciativas como o Sebrae Delas tentam reduzir essas diferenças, oferecendo suporte e qualificação para empreendedoras. No entanto, especialistas apontam que medidas isoladas não são suficientes. Combater desigualdades estruturais exige uma abordagem ampla, com incentivos financeiros, acesso a redes de apoio e estratégias para diminuir a carga de trabalho doméstico sobre as mulheres.
O empreendedorismo feminino segue como um motor econômico importante, mas sem mudanças efetivas, a equidade no setor ainda está longe de ser alcançada.
